Dados preliminares do questionário de amostra, aplicado em 10% do total de domicílios recenseados no país pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que o percentual de crianças de até três anos que frequentam a educação infantil chegou a 33,9%, em 2022. A base é o Censo Demográfico daquele ano.
A taxa é 3,6 vezes maior do que a observada no Censo 2000, que foi de 9,4%. Em 2010, o percentual era de 23,5%. Apesar do avanço, o país ainda não atingiu as metas do Plano Nacional de Educação (PNE). O documento prevê atender a pelo menos metade das crianças de até esta idade, em creches e escolas até este ano.
O relatório ainda demonstra que apenas 646 dos mais de 5.500 municípios brasileiros atingiram a meta. Em relação às regiões, Sudeste e Sul estão acima da média nacional, com 41,5% e 41%, respectivamente. Em seguida, abaixo da média nacional, aparecem Centro-Oeste (29%) e Nordeste (28,7%). Com uma taxa de apenas 16,6%, menos da metade da média do país, o Norte aparece em último lugar.
Ainda de acordo com o Censo 2022, o percentual de crianças de quatro a cinco anos na escola, que também apresentou avanços, passando de 51,4% em 2000, para 80,1% em 2010; e para 86,7%, em 2022. Nesta faixa etária, a desigualdade regional é menor, com quatro regiões acima da média: Nordeste (89,7%), Sudeste (88,9%), Sul (86,7%) e Centro-Oeste (80,5%). O Norte, mais uma vez, aparece na última posição mas com uma taxa de 76,2%, bem próxima da média.
A meta do PNE para esta faixa etária, de universalização do acesso à educação até o ano que vem, tampouco foi atingida.
“A gente está se aproximando dessa meta, mas ainda não atingimos 100%”, afirma a pesquisadora do IBGE Juliana Queiroz.
A pesquisa ainda revela que o percentual de frequência de crianças acima de seis anos e de adolescentes até 17 anos também cresceram em dois anos. As crianças de seis a 14 anos na escola passaram de 93,1% em 2000 para 98,3% em 2022. Já os adolescentes de 15 a 17 anos matriculados passaram de 77,4% para 85,3%.