INTOXICAÇÃO

Bebidas adulteradas com metanol deixam duas mortes em SP

As bebidas adulteradas incluem gin, whisky e vodka comprados em bares, mercados informais e conveniências

O metanol é um álcool industrial usado na produção de combustíveis, tintas, solventes e plásticos. (Foto: Ilustração)
O metanol é um álcool industrial usado na produção de combustíveis, tintas, solventes e plásticos. (Foto: Ilustração)

Duas pessoas morreram após consumirem bebidas alcoólicas adulteradas com metanol, substância altamente tóxica, em São Paulo. Ao menos oito foram internadas em hospitais da Grande São Paulo pelo consumo da mesma substância.

Seis casos já tiveram a intoxicação confirmada, e outros dez estão sob investigação, segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). As ocorrências, registradas nos primeiros 25 dias de setembro, são consideradas inéditas pelo volume de casos em tão curto período.

No início de setembro, policiais civis do 8º Distrito Policial de Osasco, na Grande São Paulo, apreenderam um caminhão com mais de 12 mil garrafas de bebidas alcoólicas falsificadas, no bairro Santo Antônio.

Uma das vítimas fatais é um homem, de 54 anos, da região da Mooca/Aricanduva, que apresentou sintomas de intoxicação em 9 de setembro e morreu seis dias depois. A outra vítima fatal é de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.

Outras três pessoas permanecem internadas na capital paulista, enquanto novos casos foram notificados em municípios do interior como Limeira e Bragança Paulista.

Na capital, a Polícia Civil investiga a intoxicação de quatro jovens, sendo dois homens e duas mulheres, com idades entre 23 e 27 anos, que consumiram duas garrafas de gin no início do mês e foram hospitalizados.

A secretária nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos, Marta Machado, afirmou que há risco de surto de intoxicação por metanol e reforçou a necessidade de atenção da população e dos profissionais de saúde aos sintomas, que incluem náusea, vômito, dor abdominal, visão turva e vertigem.

O metanol é um álcool industrial usado na produção de combustíveis, tintas, solventes e plásticos. Incolor e de difícil identificação, pode causar cegueira irreversível, falência múltipla dos órgãos e morte mesmo em pequenas quantidades.

As mortes e internações foram registradas em São Paulo, São Bernardo do Campo, Limeira e Bragança Paulista. As bebidas adulteradas incluem gin, whisky e vodka comprados em bares, mercados informais e conveniências. As vítimas são jovens e adultos, fora do perfil usual de intoxicações anteriores ligadas à população em situação de rua.

O governo federal notificou a Anvisa, o Ministério da Saúde e as vigilâncias sanitárias locais.
Um comitê técnico se reunirá, nesta segunda-feira (29), para definir novas medidas de controle e prevenção.

As informações são do jornal Gazeta de São Paulo.