RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Azul encerrará operações em 13 cidades e cortará mais de 50 rotas

Operações serão encerradas por causa de uma recuperação judicial nos Estados Unidos

Empresa apenas informou que pretende concentrar a operação em seus principais hubs — Viracopos (Campinas), Confins (Belo Horizonte) e Recife, dependendo menos das conexões. (Foto: Reprodução)
Empresa apenas informou que pretende concentrar a operação em seus principais hubs — Viracopos (Campinas), Confins (Belo Horizonte) e Recife, dependendo menos das conexões. (Foto: Reprodução)

A Azul anunciou que vai encerrar operações em 13 cidades do Brasil e cortar 53 rotas de menor rentabilidade. De acordo com a empresa, as mudanças integram um processo reestruturação da companhia, que está em recuperação judicial nos Estados Unidos desde maio.

A empresa, no entanto, não informou oficialmente quais cidades e rotas terão as operações encerradas. Em apresentação institucional, divulgada neste mês, a Azul apenas informou que pretende concentrar a operação em seus principais hubs — Viracopos (Campinas), Confins (Belo Horizonte) e Recife, dependendo menos das conexões.

A empresa confirmou uma redução de mais de 35% na futura frota, o que levará a uma redução de novos mercados e a uma malha simplificada. Segundo a Azul, o objetivo é focar em estratégias comerciais baseadas em tarifas médias mais altas, com receitas unitárias mais elevadas e uma modificação nas reservas e no perfil dos clientes.

Em meio à reestruturação, a Azul também deve diminuir o número de destinos por cidade e também sua operação sazonal, reduzindo voos para Paris (França) no inverno e suspendendo novos voos em Orlando (EUA).

A estimativa da companhia é a de que as decolagens diárias passem das atuais 931 para 836 – uma redução de 10,2%. Em apresentação institucional divulgada neste mês, a Azul informou ainda que deve realizar mudanças “no produto a bordo”, substituindo refeições por “boxes” para café da manhã e lanches.

Recuperação judicial da Azul nos EUA

No fim de maio, a Azul anunciou que havia entrado com um pedido de recuperação judicial nos EUA, por meio do chamado Chapter 11 – mecanismo jurídico que permite a reorganização de dívidas de empresas em dificuldades financeiras.

A empresa optou pelos EUA por considerar a legislação do país mais flexível e também porque a maioria de seus credores é estrangeira – e grande parte dos contratos com os fornecedores têm como foro o estado de Nova York.

A recuperação judicial é um processo que permite às organizações renegociarem suas dívidas, evitando o encerramento das atividades, demissões ou falta de pagamento aos funcionários. Por meio desse instrumento, as empresas ficam desobrigadas de pagar aos credores por algum tempo, mas têm de apresentar um plano para acertar as contas e seguir em operação. Trata-se, basicamente, de uma tentativa de evitar a falência.

Segundo a Azul, o processo envolve US$ 1,6 bilhão em financiamento e deve eliminar mais de US$ 2 bilhões em dívidas, além de US$ 950 milhões em possíveis novos aportes de capital no momento de saída da recuperação judicial.

Em julho, a Azul recebeu sinal verde da Justiça norte-americana para todas as demandas apresentadas a um tribunal local relativas ao plano de reestruturação financeira da companhia aérea.

As informações são do jornal O Globo.