No Viva com Saúde de hoje vamos falar sobre como as mudanças climáticas podem agravar problemas respiratórios em crianças.
As mudanças climáticas prejudicam a saúde respiratória das crianças, principalmente as mais vulneráveis, o que aumenta o risco de desenvolvimento de doenças alérgicas e infecções. Essa é a conclusão de uma ampla revisão de estudos feitos na última década publicada no Jornal da Pediatria, da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria).
No artigo, pesquisadores da Universidade Federal do Pampa, no Rio Grande do Sul, e da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) destacam que, nas últimas décadas, o avanço da industrialização e a intensificação de eventos climáticos extremos —como ondas de calor, incêndios florestais, secas, furacões e tempestades— têm contribuído significativamente para o aumento global das doenças respiratórias.
Para se ter uma ideia, entre 1990 e 2017, houve um aumento de quase 40% na quantidade de pessoas com doenças respiratórias crônicas, segundo artigo publicado em 2020 no The Lancet Respiratory Medicine.
As crianças, principalmente as asmáticas, são particularmente suscetíveis aos impactos respiratórios desses fenômenos. Esse risco é agravado pelas atividades ao ar livre em dias extremamente quentes e poluídos.
Asmáticos ou com rinite alérgica já têm naturalmente um certo grau de inflamação nas vias aéreas. Mas crianças saudáveis também podem ser afetadas. As infecções respiratórias —especialmente em crianças— e várias doenças respiratórias crônicas estão fortemente relacionadas à poluição do ar dentro de casa.
A exposição precoce a esses poluentes compromete o desenvolvimento pleno da função pulmonar e reduz a capacidade dos pulmões de lidar com agressões futuras. Como consequência, aumenta-se o risco de danos pulmonares ainda na infância, provocados por poluição, infecções ou pela inalação de substâncias tóxicas, como fumaça e tabaco.
Esses impactos são particularmente prevalentes em países de baixa e média renda. Daí a importância de aumentar a conscientização e a capacitação entre médicos, além de educar os pais sobre medidas preventivas, como limitar atividades ao ar livre durante picos de poluição.