Viva com Saúde – 02/10/2025 – Terapia com células-tronco para Alzheimer

Foto: Freepik
Foto: Freepik

No Viva com Saúde de hoje vamos falar sobre a terapia com células-tronco para Alzheimer.

O Alzheimer é a forma mais comum de demência no mundo, afetando milhões de pessoas e trazendo um impacto crescente para famílias, sistemas de saúde e economia global.

Trata-se de uma doença neurodegenerativa complexa, marcada pelo acúmulo de placas de beta-amiloide, emaranhados de proteína tau e processos inflamatórios no cérebro que levam à perda progressiva de neurônios, especialmente em áreas ligadas à memória e cognição.

Apesar do avanço dos exames de imagem e biomarcadores que permitem identificar precocemente a doença, os tratamentos disponíveis atualmente, como os inibidores da colinesterase e a memantina, oferecem apenas alívio sintomático, sem modificar a progressão do quadro.

Entre as abordagens mais estudadas está a terapia com células-tronco. O novo estudo publicado na Ciência Latina, assinado pelo neurocientista Dr. Fabiano de Abreu Agrela e pelo ortopedista Dr. Luiz Felipe Carvalho, revisa os avanços recentes sobre o tema.

De acordo com os autores, as células-tronco possuem propriedades únicas: capacidade de autorrenovação, diferenciação em diversos tipos celulares e potencial de liberar fatores bioativos que reduzem inflamação e favorecem a plasticidade sináptica. O objetivo, no caso do Alzheimer, é proteger os neurônios remanescentes, estimular a formação de novas conexões e, em teoria, até substituir células perdidas.

A revisão analisou estudos publicados entre 2019 e 2025 e identificou resultados animadores em modelos animais, nos quais a terapia foi capaz de reduzir alterações típicas da doença e melhorar funções cognitivas. Em ensaios clínicos iniciais com seres humanos, os dados apontam para segurança e tolerabilidade do procedimento, além de indícios de melhora clínica em alguns pacientes.

Para o ortopedista Dr. Luiz Felipe Carvalho, que tem experiência em terapias regenerativas, a área precisa integrar saberes clínicos, cirúrgicos e científicos. O potencial é enorme, mas o desafio está em transformar resultados de laboratório em soluções práticas, seguras e acessíveis para os pacientes.