Aproximou-se da mãe e, sem cerimônia, questionou-a:
– Mamãe, o que você quer que eu seja quando crescer?
A mãe deixou os afazeres de lado e olhou demoradamente o pequeno.
– Por que a pergunta, meu bem? – devolveu o questionamento ao filho.
– Ah, mamãe! – disse suspirando – Hoje, na escola, meu amigo me disse que ele vai ser médico porque seu avô é médico e seu pai também. Então, fiquei pensando nisso. O que você e o papai querem que eu seja?
O rostinho do menino tinha um traço de apreensão.
– Meu querido – disse ela abraçando o garoto – Eu tenho apenas dois pedidos para lhe fazer. Quero que você seja correto e que seja feliz.
Beijou suavemente a testa do filho que, insatisfeito com a resposta, afastou-se para poder fitar a mãe diretamente.
– Não, mamãe! Qual profissão você quer que eu tenha quando crescer? – voltou à tona achando que não havia sido compreendido.
– A escolha da sua profissão, meu filho, cabe apenas a você. Isso não me compete, tampouco me causa maiores preocupações. O que eu quero de você é outra coisa. Ou melhor, como eu lhe disse, tenho apenas dois pedidos a lhe fazer. Vou repeti-los e explicá-los.
E continuando:
– Quero que você seja correto. Isso significa que espero que você escolha o caminho do bem sempre, mesmo que ele seja mais longo ou mais difícil. Que pense nas consequências dos seus atos, para você e também para os outros. Que não tema a verdade, nem a justiça. Ao contrário, que as busque sempre com serenidade e persistência.
Acrescentou ainda:
– O segundo pedido, que é tão importante quanto o primeiro, é que você seja feliz. Isso quer dizer que espero que, apesar das dificuldades da vida, você tenha sempre confiança em Deus. Que acredite na justiça divina e que jamais se entregue ao sofrimento. Que você tenha o coração cheio de amor e de coragem para seguir em frente, sempre.
A mãe acariciou o menino, afagando-lhe os cabelos com doçura e concluiu:
– Para mim, meu filho, o que interessa é como você vai ser e não o título que vai carregar.