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Uma reforma a portas fechadas

Uma reforma a portas fechadas

A portas fechadas, a comissão especial que discute a reforma da previdência no Congresso deve finalmente aprovar hoje o relatório do deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA) que apresenta a proposta de reforma que o governo quer passar a toque de caixa como se fosse a grande saída pra crise do país.

Mesmo que tenha alguns destaques importantes, como a exigência de um plebiscito pra nova emenda poder entrar em vigor, a sessão de hoje deve patrolar toda iniciativa pra proteger quem menos pode no Congresso Nacional: o cidadão brasileiro.

E isso vai acontecer porque o governo está comprando descaradamente o apoio dos nobres congressistas com dinheiro farto pras emendas que garantem o quinhão eleitoral de cada um.

Aliás, como sempre aconteceu nessa nossa república de bananas, onde grandes decisões como a reeleição do FHC, as privatizações e os projetos sociais dos governos lulopetistas saíram do papel por conta da generosidade nem sempre dentro da lei dos governantes de plantão.

Pois a aprovação do relatório vai ser o grande passo pra aprovar a reforma, que depois segue ao plenário da Câmara, onde vai precisar mais esforço do governo pra garantir maldades como a idade mínima de 65 anos pros homens e de 62 pras mulheres e os 40 anos de contribuição pra garantir 100% da miséria que a previdência paga.

E olha que já foi pior que isso, mas o governo já avisou que não vai admitir novas concessões que, aliás, só beneficiaram quem já tem bastante benefício, militares, políticos e outros que devem mesmo ser melhores que nós, os botocudos.

Mas o que não dá pra admitir é que essa reforma que penaliza quem menos pode seja aprovada antes que a CPI da previdência diga a que veio, ou antes que o governo pelo menos sinalize com a cobrança dos poderosos devedores que passa dos dois trilhões de reais e que estão rindo da nossa cara porque é muito mais fácil cortar na carne dos mais pobres do que enfrentar os poderosos de plantão que ajudam a inflacionar o rombo da previdência.

É evidente que a reforma é necessária porque existem distorções, porque a previdência tem defeitos, é cara e aumenta a desigualdade social.

Mas essa conta não pode explodir no bolso do trabalhador, que, pela nova proposta, vai ganhar menos ao se aposentar, isso se conseguir chegar aos quase impossíveis números obrigatórios para a concessão do direito.

Ops, caiu aqui: você já parou pra pensar em que mundo vivem esses deputados que vão aprovar sem questionar esse texto da proposta?

Certamente num mundo em que ninguém precisa da aposentadoria.