Opinião

Salve o Nóia

Salve o Nóia

Colorado que sou, não posso dizer que esta é a melhor das segundas-feiras. Tudo por conta das piadas que se recebe uma data destas– algumas inteligentes, outras ofensivas. As inteligentes, devo admitir que até repasso para alguns grupos, afinal, numa hora destas, que remédio melhor do que sorrir? As de mau gosto entendo como reflexo de uma briga de mau gosto que nunca vai ter fim e que não escolhe lado. Hora está cá, hora lá.

Pois me emocionei ontem ao ver aquele Novo Hamburgo, que muitas vezes na infância me levou ao Estádio Santa Rosa – hoje virado em macega e tapumes mas que em breve será condomínio residencial. Pois o Santa Rosa tinha um cheiro peculiar e acho que todo estádio tem o seu e nem sempre é muito refinado. Mas é dele e não se repete em outros campos.

O time do Xameguinha dos anos 70 e de outros bons jogadores nunca havia ido tão longe. E desta vez foi com tudo. Melhor campanha. Nenhuma derrota para dupla, soube superar percalços como o de ter que jogar a final fora, o que se viu que acabou sendo positivo pela renda alcançada e não impediu que o torcedor verdadeiro subisse a Serra para acompanhar o feito inédito.

Então, depois de sete anos, o interior do estado encontrou um novo campeão. Nessa era moderna é a terceira vez que isto acontece. Juventude e Caxias já haviam chegado neste patamar em 98 e 2000.

A verdade é que ninguém sabe o que acontecerá ao Nóia na próxima temporada. A bem da verdade nem a sequência de 2017 é muito certa, porque futebol no interior é assim. São lampejos. Uma pena. Mas o futebol está muito caro e não se pode exigir continuidade sem retorno.

Por enquanto fica meu abraço a todos os dirigentes e atletas, aos muitos amigos que ainda tenho em Novo Hamburgo e a todos os amantes do bom futebol, independente do time para o qual torcem. O futebol tem disto. Pode transformar o domingo de alguém em algo muito positivo e a segunda de outros muito ruim. Estou sentindo um pouco dos dois.