Memória LEOUVE

Não discuta com uma mulher

Não discuta com uma mulher

Pois dia destes em que a gente tá com tempo, disposição e a circunstância nos joga na jaula das leoas discutia relacionamentos com uma antiga amiga. Lá pelas tantas acabei encurralado na conversa. Meu ponto de vista quase sempre acabava derrubado pelo dela e eu tinha que bater três vezes no chão em sinal de rendimento, como nas lutas. Enfim, levei uma surra, e olha que eu já era bem grandinho, já tinha terminado um casamento e sabia, como sabe a grande maioria dos homens que se a briga for de palavras ou argumentos, aí, nós os homens é que somos o sexo frágil.


Já tentou jogar Imagem e Ação, aquele joguinho em que um grupo tem que exprimir uma ideia ou tema em forma de mímica pra que os outros descubram o que ele quer comunicar? Pois é, se for jogar, nunca aceite que seja um time de homens contra mulheres. O mínimo que vai acontecer é os homens perderem de goleada e terem que lavar a louça depois do jantar.


Aí, voltando à história da discussão com a amiga, tentei defender a fragilidade masculina neste tipo de assunto dizendo que nós tínhamos uma defasagem muito grande em relação a elas nesta questão de entender a vida, entender o outro, decifrar comportamentos. Enquanto elas brincavam de boneca e casinha quando pequenas, simulando o convívio e as relações humanas, nós corríamos atrás de uma bola, sem tempo pra conversa, o negócio era suar e chutar forte;


Depois veio a adolescência e elas se perguntavam como deveria ser o primeiro beijo, os atributos que um futuro namorado deveria ter, sonhavam em formar família e se seriam professoras ou com que roupa iriam nos seduzir no sábado à noite. E nós ali, correndo atrás da bola, decidindo as dúvidas e desavenças no grito, quando não na porrada.


Bom, alegar que o jogo de bola nos impedia de ter uma maturidade intelectual semelhante a delas também não colou. Mais uma vez a amiga disse que este argumento até poderia valer lá pelos 20 anos, mas depois disso muita água rolou sob a ponte, muitas vivências, sucessos e fracassos deveriam ter nos ensinado a lutar e sobreviver nesta terreno pantanoso das relações afetivas e amorosas.


Pois neste quesito é que ela se engana. Pode até ter razão que não seja o futebol a razão deste imenso fosso que nos separa na hora de uma boa discussão. Afinal o futebol é um esporte moderno e desconfio que os homens sempre subjugaram as mulheres pela força, por que dava menos trabalho do que fazê-las entenderem o ponto de vista masculino, ou por simples incapacidade de se fazerem entender.


Meu consolo é que volta e meia vejo algum intelectual escrevendo um artigo ou crônica como se fosse um tratado de rendição. Também eles sucumbem ante o poder de argumentação ou à simples resistência físico/psicológica delas para uma discussão. Me deem duas partidas de futebol em sequência que eu aguento. Agora dez minutos de discussão com uma mulher sabem ser bem desgastantes. Decididamente este é um terreno no qual nunca seremos vitoriosos.


E agora com licença que vou ver se tem um joguinho na TV que esta conversa toda me cansou.