Memória LEOUVE

Turismo e descaso em Cambará

Turismo e descaso em Cambará

No sábado era feriado e eu aproveitei para cruzar os praticamente 180 quilômetros que separam Bento Gonçalves de Cambará. Lá encontrei gente hospitaleira e acostumada a receber turistas. Uma culinária muito legal: comida campeira, truta, e outras iguarias.
O que leva as pessoas a Cambará? Olha, certamente a região dos Campos de Cima da Serra em si já valeriam o passeio, mas os canions que fazem a borda do estado do Rio Grande do Sul com Santa Catarina são atração única. Majestosos, mas ainda assim para se chegar a Itaimbezinho, um parque Nacional com entrada paga (13,00) é preciso percorrer 15 quilômetros em estrada de chão apenas razoável. Já o canion de Fortaleza tem nove quilômetros de estrada , no mínimo, péssima.
Há muitos anos ouço esta queixa e não sei o que pode levar os governos do Estado e do município a negligenciarem a potencialidade do turismo na região. Investindo em asfalto estariam possibilitando que todas as inúmeras pousadas e empresas de guias e de turismo aventura a atender mais gente ainda.
Vi e ouvi gente falando em inglês e alemão; vi muitos catarinenses – que precisam enfrentar estrada igualmente horrível a partir de Praia Grande para chegarem aos canions. Concluo ainda, enfim, que é bom poder comparar duas regiões com potencial turístico como a da uva e a do vinho e a dos campos de cima da serra. Notadamente estamos melhor preparados. A diferença é que aqui tempos hoteis maiores, lá são mais pousadas, tudo de acordo com a demanda.
Como bem lembrou certa vez a cronista Marta Medeiros, muitas vezes atravessamos o oceano em busca de maravilhas e deixamos de conhecer belezas naturais que os gringos se dispõem a ver. O turismo interno é sem dúvida uma fonte de divisas inigualável. Então não consigo achar motivo para que estes 24 quilômetros divididos em duas estradas não sejam executados.
Mudando de assunto: ontem terminou a Semana Farroupilha e ficquei impressionado com o número de gauchinhos e gauchinhas vestidos com bota, bombacha e lenço ou então com vestidinhos de prenda. São os pais estimulando desde cedo o amor pela tradição Farroupilha aos seus filhos. Tem até roupinha e botinha pra bebê.
Acho que, pelo menos na próxima geração, podemos ficar tranquilos: a cultura gaúcha estará preservada.