Memória LEOUVE

O professor está doente

O professor está doente

*Professor
No primeiro momento não parece, mas a profissão de professor tornou-se perigosa. O perigo nem sempre é concreto, como o salário baixo e a carga horária alta, mas também se trata de uma série de fatores: a falta de incentivo, os problemas de convivência com os alunos, a falta de condições de realizar um bom trabalho, falta de apoio das equipes diretivas, concorrência entre colegas, fofocas no ambiente de trabalho (se cada educador parasse para analisar: A Casa que possui, carro, mordomias é com o salário de professor? Não é, tudo o que ele (ela) possui herdaram das famílias ou são bem casados (as). Tudo isso junto em muitos casos interfere diretamente na saúde dos professores, que estão cada vez mais doentes e desmotivados.

 

Segundo dados em revistas, jornais, boletins informativos o afastamentos de professores dos quadros da rede estadual e municipal, são devidos a problemas de saúde causados pelo trabalho. Os professores que são considerados inaptos para o trabalho acabam realocados em outras funções (em sua grande maioria são mal vistos pelos colegas e jogados em um canto qualquer ou ainda para piorar quando não sofrem perseguições das equipes diretivas que não sabem o que é gestão de pessoas) . É comum um professor ir trabalhar na biblioteca ou cuidar de um laboratório, etc. O processo é chamado de readequação permanente e é responsável por uma média de 30% dos afastamentos.

 

Professor não ganha o suficiente para o sustento de casa, família e ampliação da sua cultura (compra de livros, computador, tempo para pesquisa, ir ao cinema etc…). Por conta disso, ele precisa trabalhar em mais de um lugar, sacrificando as horas que seriam de descanso. Os professores da rede estadual de ensino possuem, com raríssimas exceções, dois ou três empregos. Isso significa pelo menos dois horários preenchidos por aula. Como se sabe, também são necessários planejamentos, tempo para elaborar provas, corrigir provas e reuniões pedagógicas que servem apenas para atender demanda das mantenedoras ou da própria instituição de ensino.

 

Bons professores (as) fazem com idealismo e carinho o seu trabalho, mas não são valorizados pelos governos e até mesmo pelos gestores. O Idealismo não garante a vida de ninguém.

*Rogério Antônio Rosa

A Síndrome de Burnout (do inglês to burn out, queimar por completo), também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, afeta principalmente trabalhadores da área de saúde, segurança e educação, porque são funções de grande responsabilidade e que lidam diretamente com outras pessoas, particularmente quando elas estão com problemas ou preocupadas. "Cuidar de alguém exige tensão. O trabalhador se envolve afetivamente com seus usuários – pacientes, clientes, alunos -, desgasta-se e, num extremo, desiste, não aguenta mais, entra em burnout", revela o psicólogo. (http://www2.uol.com.br/JC/sites/educacao_basico/burnout.html)

 

“Estes adoecidos e/ou adoecidas, ainda enfrentam muitas vezes, a incompreensão de seus pares e superiores hierárquicos, sendo frequentemente menosprezados e ironizados quando adoecem ou se afastam por problemas de saúde. A falta de compreensão e respeito para com o sofrimento do outro, gera dor moral que se associa ao sentimento de não pertencimento, favorecendo a baixa auto-estima, desvalorização pessoal, pensamentos repetitivos, interrupções frequente do sono, dificuldade para concentrar-se, irritabilidade, aumento da tensão pré menstrual e vivencias depressivas que podem chegar a síndrome do pânico e ideias suicidas.

 

Cuidar envolve conhecimentos, ideias, valores, atitudes e essencialmente, afetos. A falta de reconhecimento pelo esforço realizado leva ao desanimo e mesmo assim devem sorrir apesar do coração partido. Com as emoções em desordem e confusas, sentem-se mutilados. Sofrimento e dor se alternam, se mesclam e revertem. E os professores e professoras resistem, negando frequentemente seu sofrimento, como estratégia de resistência. É nesse “terreno” minado que a doença vai sendo tecida nos marcos do conflito razão – emoção; dominação – sujeição; discriminações – desqualificações; necessidade do trabalhador – exigência do trabalho. E o cotidiano vai sendo marcado por uma jornada de insatisfações, exigências e desafetos. E o trabalho torna-se nessas condições, em fonte de sofrimento e adoecimentos.” ( Fonte: http://www.cnte.org.br/index.php/secretaria-de-relacoes-de-genero/artigos/2919-os-educadores-estao-doentes-quem-sao-os-responsaveis.html).

 

Principais problemas de saúde:

Calo nas cordas vocais
Problemas de coluna
Alergia ao pó de giz
Doenças Coronárias
Gastrite nervosa
Depressão
Síndrome do Pânico
E outras doenças psiquiátricas

Principais problemas de trabalho:

Salário baixo
Carga horária excessiva
Falta de tempo para outras
atividades
Problemas de relacionamento
com alunos e colegas
Baixa auto-estima
Violência nas escolas