Memória LEOUVE

Quem quer trabalhar na China?

Quem quer trabalhar na China?

Seguramente um dos mais importantes e influentes empresários brasileiros, o senhor Joaquim Steinbruch – só pra situar ele é presidente da Companhia Siderúrgica Nacional e da Fiesp, diz nas páginas amarelas da revista Veja desta semana que só louco pra investir no Brasil Ele enumera os problemas da economia do país, que começam pelo descrédito no governo das pessoas que fazem o Brasil funcionar.


Steinbruch é só mais um a engrossar o caldo de empresários que reclamam da falta de regras claras, de uma condução segura da economia, de um excessivo protecionismo das leis trabalhistas que tornam caro e desvantajoso contratar funcionários.


Olha ainda esta semana almocei com importante empresário bento-gonçalvense e este contou para quem quisesse ouvir: a mudança de sede da sua empresa em São Paulo, agora em fase de conclusão – vá lá estou falando da Salton – foi concluída, mas a burocracia atrasou em pelo menos dois meses. Desta forma a empresa simplesmente deixou de faturar algo muitos milhões de reais neste período e o governo deixou de receber os impostos relativos a estes milhões. Os funcionários continuaram recebendo o seu salário, mas ao invés de estarem elaborando destilados e expedindo-os ao mercado, estavam lavando paredes e dando retoques talvez desnecessários na nova sede. Falta gente no Governo e faltam meios para cumprir em tempo hábil toda a burocracia que o próprio governo criou.


Venho falando há muito tempo que existe um processo esclerose ou de dupla personalidade na máquina governamental. De um lado uma aparato burocrático enorme que impõe regras e mais regras atrapalhando o mundo prático dos negócios e das pessoas, mas que possibilita à máquina estatal arrecadar impostos com recordes mensais, do outro, políticos que até querem fazer as coisas acontecer, mas não conseguem exatamente porque os trâmites andam em câmara lenta, super lenta.


Jorge Gerdau Joanpeter, Joquim Steibruch e Daniel Salton são exemplos de homens que fazem a roda girar. Têm empresas, dão empregos e investem nos seus próprios negócios por acreditarem que um país se faz pelo trabalho, pela geração de riquezas e sua distribuição através do trabalho com carteira assinada.
Há entretanto neste país uma elite intelectual que ama e vive pela burocracia e que dela se sacia. E se nos dermos ao displante de imaginar que as grandes empresas têm como arcar com este ônus, devemos nos lembrar que os produtos ficam mais caros, menos competitivos e acabam substituídos por ofertas mais baratas vindas do exterior, sobretudo da China. Quem está disposto a pedir emprego na China?