Memória LEOUVE

Água fria e muita comida

Água fria e muita comida

Todos os dias a gente acaba recebendo mais uma informação sobre os perigos das redes sociais, sobre como utilizá-las ou não utilizá-las. Elas mostram quem somos, quais nossos hábitos de vida e de consumo. É a realização do pressuposto de George Orwel no livro 1984. Todos seremos vigiados pelo Grande Irmão.
Pois o Grande Irmão é a internet e o capitalismo que dele se apropriou para nos fazer consumir cada vez mais aquilo do que gostamos e até aquilo que sequer precisamos.


Mas eis que no momento há uma febre, um viral como se disse nesta linguagem das redes sociais, que é muito bacana. Todos os dias alguma celebridade aparece despejando sobre a sua própria cabeça um balde de água gelada. Confesso que só esta semana parei pra ver do que se tratava e gostei muito da iniciativa. Ela teve origem em ninguém menos do que no criador do facebook, o multimilionário Mark Zuckerberg. Ele despejou o balde e desafiou outro peso pesado, Bil Gates a fazer o mesmo. O balde de água gelada, o vídeo postado e o desafio de outras duas ou três pessoas a fazerem o mesmo é acompanhado ainda de uma doação a uma causa humanitária: é a campanha solidária para ajudar pacientes com a Esclerose Lateral Amiotrófica. Os desafiados têm 24 horas para aceitar, tomar o banho, desafiar outras pessoas e fazer uma doação para a associação. Nos Estados Unidos a ALS Association, ALS é a sigla em inglês para a Esclerose Lateral Amiotrófica, a campanha em apenas um mês e após os dois bilionários terem aderido, já arrecadou 15 milhões de dólares.


Aqui no Brasil esta semana uma rede de lojas de envergadura nacional aderiu. Antes dela o jogador Neimar, ontem o jogadir Zé Roberto, do Grêmio e muitos outros famosos. Mas atenção, depois do vídeo precisa fazer a doação, porque senão será apenas uma estupidez.

 

Nos Estados Unidos o ator Justin Beeber desafiou o presidente Obama. É uma corrente do bem que mostra que as redes sociais podem ser mais do que um lugar para fofocas, ostentação ou muro de lamúrias. É preciso apenas criatividade e querer o bem.


Pois agosto vem chegando ao fim e já tivemos a Feijoada da Abraçaí, do Lar da Caridade, Vem aí a feijoada da Amizade e o Eles na Cozinha. Temos o nosso próprio jeito de fazer o bem: comendo bem e pagando caro para que sobre dinheiro para a causa social. Está certo que nem tudo precisa girar em torno de um prato de comida. Mas que é melhor do que um balde de água gelada sobre a cabeça, lá isto é.