Memória LEOUVE

Silêncio rompido no caso do Presídio

Silêncio rompido no caso do Presídio

Existem assuntos que chegam a ser chatos, de tanto que neles se fala sem que se encontre uma saída, uma solução. Mas tem outros assuntos em que pior do que falar muito é silenciar. Com o perdão das mulheres, é mais ou menos como esposa braba, melhor ela falando muito do que quieta, quando isto acontece é porque a coisa ficou feita mesmo.
Estou falando do presídio estadual de Bento Gonçalves. Após um longo e inquietante silêncio o tema volta a ser discutido e discutido nas esferas que nos interessam: entre os entes governamentais do município e do Estado. Já temos um ponto de partida. O Estado aceita entregar a área central em que o presídio e as duas delegacias estão instaladas para alguma construtora que se comprometa a pagar o valor orçado ( 13,5 milhões de reais) seja em espécie, uma parte, seja erguendo o novo presídio em outra parte.
Pelo que se tem ouvido até aqui 13,5 milhões é dinheiro suficiente para erguer um presídio. Resta saber se este é um valor atraente, se é de fato o que vale a área que fica na esquina das ruas Assis Brasil com a 13 de Maio.
Na próxima semana uma secretária estadual vem a BG e se reúne com as entidades da construção civil para estabelecer um início de conversa.
Sei não, talvez o melhor momento para este negócio se realizar tenha ficado logo ali atrás, em pleno boom da construção civil. Hoje a situação acalmou um pouco. Enfim, esta é uma febre pra se tirar na próxima semana. Quando a dona Mari Peruzzo vier.
As o simples fato do Governo do Estado admitir que Bento não pode ficar eternamente com uma casa prisional interditada por falta de segurança é um ponto de partida. Também já temos a disposição para a permuta, ou seja, a fonte de receitas para a obra. O caminho é longo, mas com boa disposição dá pra acreditar numa saída.
Claro que agora começa uma nova discussão: e as delegacias, cujo terreno entra na negociação, iriam para onde? Uma delas eu sugiro que fosse para o prédio da Secretaria de Segurança pública ali ao lado da Câmara de Vereadores. Um prédio nobre, em excelente localização e visivelmente subutilizado. Ou então que também este seja permutado para que se construa duas delegacias novas e amplas em pontos estratégicos.
Enfim, o Estado dispõe de patrimônio para resolver esta questão. Basta criatividade, disposição e coragem para enfrentar velhas resistências que nem se sabe porque é que existem.