A coqueluche, também conhecida como tosse convulsa, volta a preocupar no Brasil, com um aumento significativo no número de casos, nos últimos anos. É uma doença respiratória, altamente contagiosa. Ela é causada pela bactéria Bordetella pertussis, que pode levar a graves complicações, especialmente, em bebês e crianças pequenas.
Perigo Real e Presente:
Em 2023, o Brasil registrou um surto de coqueluche, com mais de 10.000 casos confirmados e diversas mortes. O número representa um aumento de 70% em relação ao ano anterior. A estatística acende um alerta para a necessidade de medidas urgentes para conter a doença.
O ECDC (European Centre for Disease Prevention and Control) alertou, em maio deste ano, o aumento de casos em 17 dos 28 países membros. Em 2024, no Brasil, os estados de São Paulo e Paraná apresentaram maior incidência. O primeiro já confirmou mais de 100 casos e a faixa etária de maior incidência é a de 10-14 anos.
Sintomas
A coqueluche se manifesta em três fases:
- Fase catarral: Coriza, febre leve e tosse seca ocasional. Pode ser confundida com resfriado comum.
- Fase paroxística: Crises intensas de tosse seca e prolongada, que podem durar até 1 minuto, seguidas de vômito ou apneia (falta de respiração). Inspiração ruidosa (“assobio”) após a tosse.
- Fase de declínio: Gradual diminuição da intensidade e frequência da tosse.
Risco para todos
Embora a coqueluche seja mais grave em bebês e crianças, qualquer pessoa pode contrair a doença. Adultos podem ter sintomas mais leves, mas ainda podem transmitir a doença para outras pessoas, especialmente para crianças pequenas.
Situação no RS
Em 2023, no Rio Grande do Sul, foram notificados 60 casos suspeitos de coqueluche, dos quais 22 foram confirmados. Este ano, – até a Semana Epidemiológica 27 (30/06-06/07/2024), – foram notificados 44 casos suspeitos de coqueluche. Destes, 14 foram confirmados, 22 descartados e oito permanecem em investigação.
A Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul não observou aumento expressivo de confirmações de casos de coqueluche. Entretanto, afirma estar alerta devido ao expressivo aumento de casos no mundo, mantendo a vigilância deste agravo que é de notificação compulsória na suspeita.
Situação na Serra Gaúcha
As Secretarias de Saúde de Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Farroupilha e Vacaria foram procuradas pela reportagem do Leouve. Em Bento e Farroupilha, não há casos registrados ou em investigação. Em Caxias, um caso foi confirmado em 2024.
Todas as secretarias informaram que seguem a orientação nacional, que visa ampliar o público-alvo da vacina dTpa (protege contra difteria, tétano e coqueluche). com isso, vacinar também trabalhadores de berçários e creches que atendem crianças de até quatro anos de idade.
A vacina está disponível para o público alvo em todas as unidades básicas de saúde dos municípios. Em Caxias, exceto na UBS Centenário (temporariamente fechada); e Mariani e Vila Cristina, que estão funcionando temporariamente; em outros locais e sem salas de vacinas.
Prevenção – A Melhor Arma
A vacinação é a melhor maneira de prevenir a coqueluche. A vacina DTP, disponível no calendário vacinal infantil, protege contra coqueluche, tétano e difteria. É importante manter a vacinação em dia para garantir a proteção individual e coletiva.
Combate
O combate à coqueluche exige um esforço conjunto de autoridades, profissionais de saúde e da população em geral. É fundamental ampliar as campanhas de vacinação, conscientizar a população sobre os riscos da doença e adotar medidas de prevenção no dia a dia.
Além da vacinação, outras medidas podem ajudar a prevenir a coqueluche:
- Lavar as mãos com frequência: Com água e sabão por pelo menos 20 segundos.
- Cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar: Use um lenço de papel descartável e jogue-o no lixo após o uso.
- Evitar contato com pessoas doentes: Se você estiver com coqueluche, evite contato com outras pessoas, especialmente bebês e crianças pequenas.