Memória LEOUVE

O desafio de Pasin

O desafio de Pasin

 

Pois no dia primeiro de julho, os prefeitos empossados em janeiro de 2013 concluíram um ano e meio de mandato. Tempo suficiente para tomarem pé da situação, terem montado sua equipe de governo e mexido nas peças que não estavam se mostrando satisfatórias.


Vamos nos deter em Bento Gonçalves com maior profundidade. O senhor Guilherme Pasin, todo mundo sabe, enfrentou problemas dificílimos no primeiro ano. Precisou mexer sim em peças da administração e se viu refém de uma queda de braço interna com uma ala do PMDB.


Se não tem no vice-prefeito Mario Gabardo um vice que atrapalha, como foi o caso de Yeda Crusius no governo do Estado, o que se sabe é que aquela pessoa madura, conselheiro propalado e ainda mais uma espécie de ouvidor do Prefeito, não tem sido ouvido. São raras as conversas entre o Prefeito e o vice.


Pasin, ou seja lá quem for que não queria o Secretário César Gabardo na função de Secretário de Governo, venceu uma queda de braço. O PMDB como agremiação política firmou seu espaço em número de secretarias e cargos. Bom para a administração? Bom para a comunidade possivelmente não.

 

Aquilo que se cobrava ao PT que era ter nomes tarimbados nas secretarias para dar conta das premências da cidade é o mesmo que se pode cobrar hoje de Pasin. Mas a montagem de um secretariado não é como a de uma seleção de jogadores de futebol. É preciso atender a interesses político-partidários.


De resto, Pasin ainda está refém da burocracia. A mesma contra a qual os administradores vem lutando de uma forma geral no Brasil. Será preciso conseguir se livrar de amarras e tornar mais visíveis as ações de seu governos.


O prefeito Pasin comprou algumas broncas que desgastam qualquer governante: mudou de lugar a feira de produtos orgânicos. Protestos foram mínimos e localizados; implantou faixas seletivas para ônibus e táxisa. Venceu a resistência de comerciantes na Justiça; resolveu de forma rápida uma localização para a rua coberta, atrás do hotel Dall´Onder. Ainda não é consenso, mas sequer verba há. Este é um desgaste que ainda pode voltar.


Mas nestes dois anos e meio que restam de mandato Pasin tem tempo para dar uma nova imagem ao seu mandato. Basta para tanto que as obras do PAC para o asfaltamento e abertura de novas ruas, orçado em 55 milhões deixem a prancheta e vão para a execução. Mas a principal missão de Pasin hoje, talvez uma das mais relevantes: ele precisa vencer a desconfiança que paira sobre sua administração até o momento. A impressão predominante nesta tão exigente BG é a da que o novo prefeito ainda não conseguiu atender às expectativas que lhe foram postas sobre os ombros.