Bento Gonçalves

Núcleo de Riscos Geológicos inicia operação em Bento Gonçalves

Primeira reunião ocorreu neste domingo, na base montada no distrito de Faria Lemos. O encontro serviu para o levantamento das áreas afetadas pelo desastre climático

Foto: Prefeitura de Bento Gonçalves/Divulgação
Foto: Prefeitura de Bento Gonçalves/Divulgação

Neste domingo (12) ocorreu a primeira reunião do Núcleo de Riscos Geológicos, criado na última semana no município de Bento Gonçalves. Encontro foi realizado na base de operações criada no distrito de Faria Lemos, onde se encontra a base de operações criada para dar suporte à famílias afetadas pelas enchentes ocorridas no início do mês de maio no Rio Grande do Sul. O objetivo do encontro foi de dar início ao detalhamento das áreas afetadas pelo evento climático para determinar com exatidão a suscetibilidades e riscos associados aos deslizamentos em funções das chuvas.

Conforme o geólogo Lucas Rafael Noremberg, que já realiza o trabalho na cidade, foi constatado que a grande maioria dos pontos de ruptura dos deslizamentos de solo ocorreu entre as altitudes 500 a 400 metros. Cerca de 104 grandes pontos de deslizamentos, sem contar os menores, foram notificados entre 6h e 12h do dia 1º de maio, principalmente nas localidades de Faria Lemos, Eulália, Vale Aurora e Rio das Antas. Somente no dia 27 de abril até 01º de maio foram registrados 317 mm de chuva.

Até o momento o trabalho havia sido realizado pelos geólogos Felipe Cristofoli, Tadeu de Paula e pelos engenheiros geotécnicos Felipe Gobbi e Anderson Fonini, além da equipe do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (IPURB). Neste domingo também chegaram ao município uma equipe o Geo Rio e da Defesa Civil do Rio de Janeiro, além do CREA de Minas Gerais.

Uma das pessoas que faz parte do Núcleo de Riscos Geológico é o engenheiro Jeffiter de Oliveira, especialista em geotecnia e geologia. Segundo ele as equipes vieram para auxiliar a comunidade de Bento Gonçalves na área de mapeamentos, riscos geológicos e o que for preciso além dessas demandas. “Podemos atuar com os demais fazendo esse levantamento para retomada o mais rápido possível das pessoas às suas residências”, conta.

O presidente da Geo Rio Anderson de Andrade Marins disse que “a ideia é ajudar no mapeamento das áreas de risco e com isso identificar se podem retornar para as comunidades onde houve os deslizamentos. A gente já identificou que a geomofologia é bem diferente da região que viemos, mas estamos dispostos a aprender com vocês e auxiliar no que for possível para a cidade voltar ao normal”.

Até o momento, cerca de 1050 pessoas foram resgatadas em Bento Gonçalves. Os trabalho no município seguem focados na busca por desaparecidos, que atualmente somam cinco, bem como na abertura de acessos na cidade.