Moradores dos bairros Madureira, Universitário, Jardim América e Pio X, em Caxias do Sul, acordaram assustados na madrugada desta segunda-feira (13) após sentirem tremores de terra atingirem a região. O Corpo de Bombeiros recebeu 200 chamados entre 3h e 4h. No entanto, nenhuma interdição foi necessária nem danos estruturais foram constatados, segundo a corporação.
Consultado pela reportagem, o geólogo e ex-secretário do Meio Ambiente de Caxias, Nerio Susin, confirma que tratam-se de tremores de terra, mas garante que o fenômeno, com histórico de incidência no município, não tem potencial para causar danos estruturais.
“O histórico e a situação geológica em que nos encontramos não permitem que haja um tremor de terra de grande magnitude, ou seja, de cinco para cima (máximo 10), na Escala Richter. De quatro para baixo não vai causar nenhum transtorno estrutural”, assegura o especialista.
De acordo com o Observatório de Sismologia da Universidade de Brasília (UNB), houve três sismos na Serra Gaúcha. O primeiro, de 2,4 graus, à 1h48min em Bento Gonçalves; o segundo, às 2h58min, em Caxias, de 2,3 graus; e o terceiro às 3h03, também em Caxias, com a mesma intensidade.
Susin explica que o movimento é natural, chamado tecnicamente de acomodação de camadas geológicas. Apesar das chuvas torrenciais que caíram neste fim de semana na Serra Gaúcha, que acumula estragos ainda do temporal da semana retrasada, o geólogo afirma que não há indícios que conectem os fatos.
“Acredito que não temos elementos para colocar isso. Em outros momentos os tremores ocorreram em épocas de seca. São movimentos naturais, consequência de fenômenos internos da Terra que nada têm a ver com o que é feito aqui em cima”, diz.
Ainda conforme o especialista, os relatos de tremores de terra em Caxias datam, pelo menos, da década de 1980. No ano passado, duas ocorrências semelhantes foram registradas: em julho, no bairro Castelo, e em novembro, no Jardim América. Em 2008 e 2010 o Jardim América também foi palco dos movimentos.
Hoje, no bairro Madureira, o sismo tirou alguns moradores de suas casas, como mostra o vídeo abaixo. A reportagem também recebeu mensagens de residentes do Jardelino Ramos, Primeiro de Maio e São José.
Em comunicado, o Corpo de Bombeiros orientou que “todos mantenham a calma e observem se houve dano estrutural na edificação, como rachaduras ou fissuras, se danos forem identificados, acione imediatamente o Corpo de Bombeiros pelo 193 para que haja uma vistoria no local“.
Por meio de nota, a prefeitura de Caxias do Sul descartou “riscos para a população” em decorrência do fenômeno. Veja o comunicado ao fim da reportagem.
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Nota da prefeitura de Caxias do Sul
“Em relação aos tremores registrados na madrugada desta segunda-feira (13/05) em pelo menos quatro bairros de Caxias do Sul, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SEMMA) informa que não há riscos para a população. Conforme o diretor de Gestão Ambiental da SEMMA, geólogo Caio Torques, o que está ocorrendo é a acomodação de camadas rochosas subterrâneas, o que já ocorreu no município em outras oportunidades.
Também devido ao excesso de chuva nas últimas duas semanas, pode ocorrer a aceleração dessas acomodações devido à lubrificação causada pela água. “Eventos desse tipo não têm poder de destruição, os moradores podem ficar tranquilos. Até agora não detectamos nenhum grande deslizamento de terra nas proximidades de onde foram sentidos”, explica o geólogo.
Conforme o Observatório de Sismologia da Universidade de Brasília (UNB), houve três tremores na Serra Gaúcha. O primeiro, de 2,4 graus, à 1h48 em Bento Gonçalves; o segundo, às 2h58, em Caxias do Sul, de 2,3 graus; e o terceiro às 3h03, com a mesma intensidade, em Caxias, tremores sentidos por habitantes dos bairros Jardim América, Universitário, Madureira e Pio X. No ano passado, duas ocorrências semelhantes ocorreram em Caxias do Sul, em julho (bairro Castelo) e novembro (Jardim América). Em 2008 e 2010 o Jardim América também teve tremores de terra”.