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VÍDEO: Microexplosão atinge Santa Cruz do Sul durante temporal

O temporal com grande intensidade veio acompanhado de chuva forte, rajadas de vento destrutivas e queda abundante de granizo

Este tipo de fenômeno ocorre principalmente no verão porque é a época em que os dias são muito quentes e, sob a presença de umidade alta, formam-se nuvens de grande desenvolvimento vertical - (Foto: Reprodução)
Este tipo de fenômeno ocorre principalmente no verão porque é a época em que os dias são muito quentes e, sob a presença de umidade alta, formam-se nuvens de grande desenvolvimento vertical - (Foto: Reprodução)

Uma microexpolosão atmosférica atingiu o município gaúcho de Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo, durante uma tempestade severa na tarde de sábado (27). O temporal com grande intensidade veio acompanhado de chuva forte, rajadas de vento destrutivas e queda abundante de granizo.

A Prefeitura de Santa Cruz do Sul cogita decreto de situação de emergência, informou o portal Gaz do jornal Gazeta do Sul. Os bairros mais atingidos pela tempestade severa de vento e granizo foram Linha João Alves e Belvedere, mas também houve registros no Bonfim e no Margarida.

Balanço da Defesa Civil de Santa Cruz do Sul aponta que 3,8 mil pessoas foram atingidas e pelo menos 750 residências foram danificadas. Milhares de metros de lona tiveram que ser distribuídos para que moradores das áreas atingidas cobrissem os telhados de suas residências.

Santa Cruz do Sul foi a cidade mais castigada pelos temporais do sábado no Rio Grande do Sul. A Defesa Civil de Santa Cruz do Sul teve que montar uma força-tarefa para socorrer as pessoas atingidas pelo temporal. Houve destelhamentos, queda de árvores e falta de luz em Santa Cruz e em cidades vizinhas, como Vera Cruz.

O temporal de grande intensidade que atingiu Santa Cruz do Sul se deu pelo avanço de uma frente fria pelo Rio Grande do Sul sob uma massa de ar muito quente, o que formou uma célula de tempestade sobre o Vale do Rio Pardo no começo da tarde de sábado. Mais a Oeste, no Centro do estado, um tornado causou danos menores em propriedade rural do município de São Martinho da Serra.

O encontro da frente fria com a massa de ar quente favoreceu temporais isolados no Rio Grande do Sul, inclusive com a formação de supercélulas. Com vento Norte quente e seco forte, trazido por uma corrente de jato em baixos níveis intensa, a temperatura atingiu máximas de 33ºC a 35ºC no Noroeste à tarde.

A MetSul Meteorologia divulgou o vídeo onde mostra a enorme força do temporal que assolou partes do município de Santa Cruz do Sul no começo da tarde de sábado. Tratou-se de um evento de grande severidade e localizado, explicando a grande magnitude dos danos, mesmo em construções sólidas.

A gravação foi feita por Augusto Hoffmann, morador da Linha João Alves, uma das áreas mais impactadas pelo vendaval na cidade do Vale do Rio Pardo e que concentrou muitos dos danos observados após a passagem da tempestade por Santa Cruz do Sul.

O que é uma microexplosão atmosférica

Este tipo de fenômeno ocorre principalmente no verão porque é a época em que os dias são muito quentes e, sob a presença de umidade alta, formam-se nuvens de grande desenvolvimento vertical do tipo Cumulonimbus (Cb) que podem atingir até 15 a 20 quilômetros de altura e conseguem gerar vento destrutivo.

Em sua página na internet, o National Weather Service dos Estados Unidos explica o que é um downburst – uma corrente descendente de vento violenta – que é capaz de produzir estragos e danos tão graves quanto o de um tornado pela enorme velocidade que o vento pode atingir durante os episódios deste tipo de fenômeno.

“Um downburst é uma forte e relativamente pequena área de ar rapidamente descendente debaixo de uma tempestade que pode resultar de vento muito forte em altitude sendo transportado para a superfície. Ou pode ser efeito do resfriamento muito rápido do ar com a chuva que evapora em uma atmosfera inicialmente seca. O ar mais frio e denso desce rapidamente para a superfície.

Um downburst se diferencia do vento uma tempestade comum pelo seu potencial de causar danos próximos à superfície, onde se espalham ou divergem consideravelmente. Ao contrário, em tornados convergem para uma faixa estreita do terreno.

Downbursts intensos podem ser fenomenais. Velocidades do vento podem atingir marcas tão altas quanto as observadas de 281 km/h em Morehead City (Carolina do Norte) e 254 km/h na base aérea de Andrews (Maryland). Fortes episódios de downburst podem causar sons e ruídos que as pessoas frequentemente mencionam como sendo de um trem de carga, termo tipicamente associado a tornados.

Embora downbursts não sejam tornados, podem causar danos equivalentes a de um tornado pequeno ou médio, afinal vento é vento. Downbursts são classificados como macrobursts ou microbursts, dependendo da extensão da área afetada pelo vento. Os danos de macrobursts se estendem horizontalmente por mais de quatro quilômetros enquanto nos microbusts os ventos destrutivos ocorrem em área inferior a quatro quilômetros”.

*Via Metsul