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Pesquisa do IBGE revela que varejo brasileiro bate recorde de vendas em 24 anos

Mesmo com crescimento menor que no mês anterior, em fevereiro, o setor registrou maior índice desde 2000

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

As vendas no varejo brasileiro foram 1% maiores em fevereiro se comparado com janeiro de 2024. Contudo, o mês anterior já sentia uma alta de 2,8%, atingindo o maior patamar dos últimos 24 anos. Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada nesta quinta-feira (11), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento revelou ainda que o varejo teve um crescimento de 8,2% em comparação com o mesmo período do ano passado; 6,1% no acumulado do ano; e 2,3% ao longo dos últimos 12 meses.

Em comparação com janeiro, seis das oito atividades do varejo cresceram: artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (9,9%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (4,8%), livros, jornais, revistas e papelaria (3,2%), móveis e eletrodomésticos (1,2%), equipamentos e material para escritório informática e comunicação (0,5%) e tecidos, vestuário e calçados (0,3%).

O pesquisador do IBGE, Cristiano dos Santos, explica que o crescimento do varejo em fevereiro foi puxado, principalmente, por duas atividades que não tiveram bom desempenho em 2023. Uma delas foi o segmento de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria.

“O crescimento de quase dois dígitos (9,9%) se dá mais pelos produtos farmacêuticos, porque a parte de cosméticos e produtos de beleza ficou mais estável. Tiveram alguns fenômenos que contribuíram, regionalmente, como um aumento grande de procura por repelentes, por conta da questão da dengue”, avalia o pesquisador.

Outro segmento que impulsionou o varejo em fevereiro foi o de outros artigos de uso pessoal e doméstico.

“Aí o maior peso vem das lojas de departamentos. A gente teve toda aquela questão da crise, com fechamento de lojas físicas de grandes marcas. E isso vem se recuperando, já com um segundo mês de alta. Mesmo antes dessa recuperação de janeiro e fevereiro, já estava crescendo o número de lojas físicas novamente”, explica Santos.

Os dois segmentos que obtiveram queda foram o de combustíveis e lubrificantes (-2,7%) e hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,2%).

A receita nominal também cresceu: 1,2% na comparação com janeiro deste ano; 10,9% em relação a fevereiro do ano passado; 8,2% no acumulado do ano; e 3,6% em um ano.

Já os números do varejo ampliado, que inclui materiais de construção e venda de veículos e peças, cresceu 1,2% em fevereiro, se compararmos com o mês de janeiro. O comércio de veículos, motos, partes e peças cresceu 3,9% no período, enquanto os materiais de construção recuaram 0,2%.

Na comparação com fevereiro do ano passado, o varejo ampliado cresceu 9,7%. O setor também apresenta altas no acumulado do ano (8,2%) e acumulado de 12 meses (3,6%). A receita nominal avançou 1,6% na comparação com janeiro, 11,9% em relação a fevereiro de 2023; 10,1% no acumulado do ano; e 5,7% em 12 meses.

 

Fonte: Agência Brasil