Bento Gonçalves

Projeto Memórias Bordadas visa inclusão cultural para mulheres em Bento Gonçalves

Inscrições gratuitas podem ser feitas até o dia 02 de abril.

Foto: Neiva Morello Michelin e Eunice Pigozzo, proponentes do projeto/Divulgação
Foto: Neiva Morello Michelin e Eunice Pigozzo, proponentes do projeto/Divulgação

“Meu pano é meu caderno, minha agulha é meu lápis, minha linha é minha tinta.” a frase da Dona Maria, integrante do Grupo de Bordadeiras da Vila Mariquinhas de Belo Horizonte (MG), abre a justificativa do Projeto Memórias Bordadas, que vai oportunizar a 12 mulheres que moram, preferencialmente, na Zona Norte de Bento Gonçalves, aprender a técnica do bordado livre, expressando no tecido, ponto a ponto, suas memórias e vivências.

A arte do bordado também vai permitir a inclusão cultural e a convivência afetiva, promovendo a leitura a partir de mediações literárias e, ainda, abrir uma nova possibilidade de geração de renda a essas mulheres. Serão 14 encontros semanais, todos na Praça CEU, no bairro Ouro Verde. As inscrições são gratuitas e estão abertas até o dia 02 de abril pelo link do projeto.

A proponente do projeto, Neiva Morello Michelin, que também é mediadora literária e instrutora de bordado, conta que o grande desafio é sensibilizar as mulheres a se tornarem não apenas bordadeiras, mas também criadoras de peças narrativas com cenas de suas memórias, desejos, afetos e sonhos. “Através da mediação dos encontros, a partir da leitura de textos literários de diversos autores e temáticas ligadas ao bordado, nós vamos ensinar a técnica do bordado livre para que elas possam representar e compartilhar suas vivências e, assim, se tornarem leitoras ativas, mulheres incluídas na sociedade, donas de sua própria história e capazes de incrementar sua renda com a arte do bordado”, argumenta.

Foto: Borbadeira Deise Ceccagno e a gata Griselda/Divulgação

Cada mulher receberá um exemplar de cada livro selecionado para a contação de histórias. Ao todo, serão utilizadas seis obras literárias, totalizando 107 exemplares. O registro de cada encontro e das memórias que o processo despertar será tecido socialmente, através das linhas e agulhas em uma prosa de afeto.

Como resultado, uma exposição itinerante de um livro único coletivo, feito artesanalmente, reunindo cinco bordados de cada participante, ou seja, uma obra em tecido com 60 trabalhos autorais. A mostra também vai expor estandartes bordados por cada uma das mulheres com suas memórias mais significativas, um vídeo com momentos do projeto e a reprodução do livro único. Esta exposição vai percorrer quatro pontos da cidade, sendo eles: Praça CEU, local de realização dos encontros; Museu do Imigrante, guardião das memórias do município; Feira do Livro de Bento Gonçalves, evento cultural literário aberto à comunidade e o Centro Cultural Tuiuty.

Feito à mão e com o coração, o bordado tece muito mais do que imagens. Sendo assim, este projeto foi pensado para proporcionar às mulheres uma oportunidade de refletir sobre suas vidas enquanto bordam, colocando no tecido suas aspirações e experiências. É a arte como ferramenta da transformação social e do empoderamento feminino. O bordado também é uma maneira de proteger a herança cultural ao mesmo tempo em que capacita para uma atividade que pode gerar renda digna e segura, desenvolvendo o empreendedorismo.

A equipe também conta com a participação da produtora cultural Eunice Pigozzo, da bordadeira Deise Ceccagno e da assistente de produção Daíze Correa Figueredo. O projeto é financiado pelo Fundo Municipal de Cultura de Bento Gonçalves.