Polícia

Operação prende vinte e duas pessoas ligadas a organização criminosa da Zona Sul de Porto Alegre

Cerca de 200 policiais cumpriram 40 ordens judiciais de busca e apreensão na Capital e Região Metropolitana

Operação prende vinte e duas pessoas ligadas a organização criminosa da Zona Sul de Porto Alegre
Foto: Miguel Noronha/PCRS


A Polícia Civil, por meio da 3ª Delegacia de Repressão ao Narcotráfico (DIN/DENARC) deflagrou a Operação Manhattan na manhã de terça-feira (19/12).

Com objetivo de desarticular organização criminosa estabelecida na Zona Sul de Porto Alegre, vinte e duas pessoas foram presas até o momento. Foram apreendidos dois veículos, 11kg de cocaína, 5kg de crack, 51kg de maconha, uma pistola 9mm, 115 munições, R$10mil em dinheiro, balanças de precisão e insumos.

Cerca de 200 policiais cumpriram 40 ordens judiciais de busca e apreensão na Capital e Região Metropolitana, além de seis casas prisionais gaúchas. A operação contou com apoio da Superintendência dos Serviços Penitenciários (SUSEPE). Foram realizadas dezenas de bloqueios de contas bancárias e quebras de sigilo bancário e fiscal contra os líderes do grupo.

Segundo o Delegado Gabriel Borges, o trabalho iniciou após uma prisão em flagrante realizada no início de 2022, em que o principal executor do grupo criminoso, investigado em mais de 25 homicídios, foi preso na cidade de São Leopoldo. O suspeito se escondia em um apartamento e utilizava documentos com nome falso. Na ocasião da prisão, o investigado armazenava armas, granadas, munições, celulares e cadernos com toda a movimentação do tráfico de drogas.

Conforme a investigação, este homem se reportava diretamente ao líder do grupo criminoso, que se encontra recolhido no sistema prisional. Foram identificadas dezenas de agressões e ameaças a rivais, devedores, usuários de drogas e moradores que, de alguma forma, manifestaram descontentamento com a situação do narcotráfico. Além disso, constatou-se que moradores de um condomínio popular na Zona Sul eram constrangidos a fim de tolerar a venda dos entorpecentes. A investigação apurou, ainda, uma tentativa de atentado contra agentes públicos.

Toda a organização criminosa, que possui vinculação com o grupo que tem sede no Vale dos Sinos, está sendo alvo da ação policial. Além da liderança principal, vendedores, executores, responsáveis pelo armazenamento e transporte de drogas e “laranjas” que mascaram o patrimônio da venda dos entorpecentes estão sendo objeto de buscas e prisões.

Outra liderança de organização criminosa com origem no Vale dos Sinos também é alvo de prisão preventiva. O homem se encontra recolhido no sistema penitenciário e é considerado o principal distribuidor de crack do Rio Grande do Sul, distribuindo e vendendo meia tonelada da droga por mês, abastecendo pontos de venda da Zona Sul da Capital.

O Delegado Gabriel Borges destaca que “o resultado desse trabalho é fruto de uma investigação técnica, objetiva e eficaz, que quebrou a estrutura dessa organização criminosa que atua de forma violenta. Reforça, ainda, que o DENARC não admitirá que traficantes ameacem moradores, muito menos que ousem atentados contra agentes públicos. Sempre que isso ocorrer a ação estatal será com todo o rigor da lei.”

O Delegado Alencar Carraro, Diretor de Investigações do DENARC, destaca que “há um monitoramento constante do DENARC dos diversos grupos criminosos atuantes no estado do Rio Grande do Sul. A operação deflagrada no dia de hoje reforça a bem-sucedida estratégia de sufocamento das lideranças que ditam o rumo do crime, sobretudo o homicídio.”

O Delegado Carlos Wendt, Diretor-Geral do DENARC, destaca que “esta operação é o desfecho de uma série de ações efetivas já realizadas pelo DENARC, que resultaram na apreensão de grandes quantidades de drogas, de armamento de grosso calibre e na prisão de indivíduos envolvidos em crimes graves, contribuindo com a diminuição dos índices de violência, proporcionando uma maior sensação de segurança à sociedade gaúcha”.

A ação integra a estratégia da Polícia Civil de descapitalizar o crime organizado e responsabilizar criminalmente as grandes lideranças. O trabalho investigativo prossegue com diligências.

Foto: PCRS
Foto: PCRS
Foto: PCRS