Caxias do Sul

Atividade econômica de Caxias do Sul deverá fechar 2023 com crescimento de 4% a 5%, projeta economista

Diretor da CIC Caxias, Tarciano Mélo Cardoso, palestrou na reunião-almoço desta segunda-feira (4)

Atividade econômica de Caxias do Sul deverá fechar 2023 com crescimento de 4% a 5%, projeta economista
Foto: Antonio Valiente/divulgação

Na última reunião-almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias) no ano, realizada nesta segunda-feira (4), o economista Tarciano Mélo Cardoso, membro da Diretoria de Planejamento, Economia e Estatística da entidade, projetou que a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de Caxias do Sul é entre 4% e 5% em 2023. Para o Rio Grande do Sul, esta mesma projeção é de um crescimento de 2,5% e para o Brasil, de 2,8%.

Cardoso destacou que diferentemente do ambiente nacional, que é fortemente voltado para o agronegócio, especialmente à exportação de matérias-primas como grãos, Caxias do Sul se destaca por suas exportações industriais. A expectativa para as exportações caxienses gira em torno de 750 milhões a 800 milhões de dólares no ano, evidenciando a importância do setor industrial para a economia local.

Ao mencionar os grandes investimentos em infraestrutura, como concessão de rodovias, Porto no Litoral Norte, novo Aeroporto Regional da Serra Gaúcha e o Terminal Rodoferroviário de Vacaria, disse que o sucesso desses projetos pode ser determinante para o desempenho da indústria, do comércio e dos serviços em Caxias do Sul nos próximos períodos. Ressaltou ainda que o desempenho de Caxias do Sul está intrinsecamente ligado a projetos de infraestrutura em nível nacional, que têm o potencial de alavancar investimentos na indústria local.

O economista manifestou otimismo quanto ao futuro econômico da Região, mas destacou a importância do primeiro trimestre do próximo ano. Ele alertou para a possibilidade de restrições de investimentos caso haja insegurança ou incertezas no início de 2024.

Cardoso definiu como “alento” os números de empregos em Caxias do Sul. No mês de outubro (último período divulgado pelo CAGED), o município atingiu um saldo de 1.113 postos de trabalho gerados. Foram 7.371 admissões contra 6.258 demissões. As contratações foram lideradas pela indústria, com saldo de 545 assinaturas de carteiras de trabalho, seguida pelos serviços, com 288.

Ainda que, geralmente, o último semestre registre mais admissões, conforme Cardoso, os dados são positivos frente à oscilações do mercado, guerras, insegurança jurídica e problemas climáticos.

“Quando você vê que as empresas, os negócios estão empregando, trazendo pessoas para dentro da sociedade, o que isso gera? Quando a pessoa está empregada, ela não está aumentando o gasto público. É um ponto de alento. […] Tivemos uma perda de postos de trabalho no decorrer dos últimos anos que machucou muito a economia de Caxias”, explicou.

Quanto às incertezas enfrentadas pelo ambiente empresarial, Cardoso abordou questões como o custo logístico, a reforma tributária e os entraves que impedem a competitividade, destacando os gargalos que podem impactar a economia. Ele também falou sobre a preocupação do empresariado com questões como insegurança jurídica e do próprio mercado.

“O meio empresarial está dentro das associações de classe tentando trabalhar junto a deputados e senadores uma forma de trazer alento para qualquer risco ou mudança na regra do jogo que podem restringir investimentos”, frisou.