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Operação contra criação de nova facção criminosa cumpre mandados de busca na serra gaúcha

Até o momento, segundo a Polícia Civil, 61 pessoas foram detidas, sendo uma delas em Veranópolis. Ordens judiciais foram cumpridas, também, em Caxias e Canela

Operação contra criação de nova facção criminosa cumpre mandados de busca na serra gaúcha
Foto: PC/divulgação

Caxias do Sul, Veranópolis e Canela, na serra gaúcha, estão entre as cidades que são alvo da Operação Senhores do Altomonte, deflagrada pela Polícia Civil (PC) nesta quinta-feira (30) com o intuito de frear a possível criação de uma nova facção criminosa no Rio Grande do Sul. Segundo as investigações, que duraram um ano e meio, o objetivo do grupo era aumentar o lucro oriundo do tráfico de drogas e desviar o foco das autoridades das lideranças já identificadas.

Até o momento, de acordo com a PC, 61 pessoas foram detidas, dentre elas, uma em Veranópolis, em cumprimento a mandados de prisão preventiva e temporária. Foram concluídas 107 ordens judiciais, que abrangem, também, Porto Alegre, Canoas, Charqueadas, Sapucaia do Sul, Arroio dos Ratos, Eldorado do Sul, Alvorada, Viamão, Gravataí, Novo Hamburgo, Taquara, Encruzilhada do Sul, Lajeado, Santa Rosa e, inclusive, Florianópolis (SC) e Ponta Porã (MS). Ainda, 10 mandados de busca foram cumpridos no interior de três casas prisionais, sendo uma delas de alta segurança.

Também estão em curso medidas cautelares de sequestros de bens, bloqueios de contas bancárias e quebras de sigilo fiscal e bancário. Foram apreendidos seis veículos, quatro armas de fogo e dinheiro em espécie, conforme a PC.

As pessoas que foram detidas serão encaminhadas ao sistema prisional. As investigações prosseguem com o objetivo de identificar e responsabilizar demais envolvidos.

Nome inédito e estatuto próprio

A investigação, vinculada a 1ª e 3ª Delegacias de Investigação do Narcotráfico (DIN) do DENARC, sob coordenação dos delegados Ana Flávia Leite e Gabriel Borges, apurou que criminosos pretendiam criar uma nova facção, com nome inédito e estatuto próprio, o qual previa um tribunal do crime, e pretendia reunir facções menores e dividir as áreas territoriais de Porte Alegre.

Foi constatado que criminosos, atuantes na Vila Cruzeiro e na Vila Jardim, em Porto Alegre, ostentavam poderio bélico e promoviam o comércio ilegal de armas de fogo, cujo valor variava de R$ 3 mil a R$100 mil. Os armamentos seriam utilizados na guerra entre organizações rivais instaladas na Capital e região metropolitana, e na prática de crimes patrimoniais.

O grupo alvo da operação seria responsável por coordenar, de acordo com a polícia, grande esquema de comércio ilegal de armas de fogo do Rio Grande do Sul, introduzindo armamentos de grosso calibre no estado, como fuzis e metralhadoras, por meio da importação ilegal de países vizinhos.

O trabalhos investigativos apuraram que, mesmo de dentro dos presídios, os líderes desta organização criminosa continuam a comandar o tráfico de drogas e o comércio de armas de fogo em suas comunidades. Segundo as diligências, apenas com a venda de cocaína o grupo faturou o valor de R$ 50 milhões no período de um ano.

A operação contou com suporte operacional de 550 policiais civis em 250 viaturas e apoio da Superintendência dos Serviços Penitenciários (SUSEPE).