A Delegacia de Polícia de Farroupilha desencadeou nesta segunda-feira (13) a Operação Cutelaria (em referência à empresas vítimas das fraudes) visando a prisão de indivíduos pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro decorrentes delitos relacionados a fraudes.
Ao todo foram cumpridas 19 ordens judicias nas cidades de Santo Ângelo/RS, Ipatinga/MG e Guarulhos/SP. Como resultado, três pessoas de 20, 30, 34 anos foram presas, sendo duas em Santo Ângelo e uma no Aeroporto de Guarulhos.
Foram cumpridos também 11 mandados de buscas e apreensão em Santo Ângelo (executados pelas equipes da Delegacia de Polícia de Farroupilha com apoio das equipes da DP Santo Ângelo), além de um mandado de busca em Ipatinga/MG, com apoio da Polícia Civil de Minas Gerais. R$ 1.800.000,00 (um milhão e oitocentos mil reais) foram bloqueados em razão da lavagem de dinheiro. Uma BMW de luxo foi sequestrada.
Síntese do fato:
Durante a investigação, que durou sete meses, apurou-se que o grupo criminoso criava ou se apropriava de contas em redes sociais ora criando perfis falsos, ora utilizando de perfis existentes (provavelmente clonados por eles utilizando os anúncios reais e imagens de três empresas de cutelaria do RS mediante impulsionamento) e ofereciam os produtos com valores muito inferiores, captando a vítima através do marketing fraudulento e encaminhando a uma página de vendas.
Estas páginas, por vezes se davam utilizando domínios falsos ou apenas a página de vendas criada em plataformas específicas, onde o pagamento era realizado através de pix destinado a uma conta “laranja”. As vítimas percebiam o golpe depois de alguns dias já que não recebiam os produtos.
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No decorrer das investigações apurou-se que os criminosos, para o maior sucesso dos crimes, utilizaram 13 domínios falsos (todos bloqueados judicialmente) dezenas de contas laranjas, nove diferentes linhas telefônicas e em torno de 10 diferentes perfis em redes sociais (Facebook e Instagram, todos bloqueados).
Foram identificados e rastreados 43.010 IP’s de conexão. Somente nos últimos 15 dias da investigação o grupo criminoso trocou 10.777 mensagens de WhatsApp com supostas vítimas, identificadas via dados de conexão, oriundas de todos os estados do Brasil, portanto a fraude teve abrangência nacional.
No período investigado os criminosos movimentaram, no mínimo, R$ 1.8000,00 decorrente das fraudes. Todos ostentavam luxuoso padrão de vida.
Um dos criminosos, na noite de domingo (12), estava se deslocando para o exterior, onde foi acionada a Polícia Federal sediada no Aeroporto de Guarulhos para prestar apoio. Diante disso, as equipes da PF verificaram que o suspeito já estava dentro do avião prestes a partir para Santiago no Chile, porém os policiais ingressaram dentro do avião e prenderam o suspeito. Os outros dois líderes do Grupo foram presos em suas residências em Santo Ângelo.
