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Força tarefa do MP calcula em mais de 10 toneladas carnes apreendidas em Bento

Força tarefa do MP calcula em mais de 10 toneladas carnes apreendidas em Bento

Uma das maiores ações da Força Tarefa do Programa de Segurança Alimentar do Ministério Público (MP) do Estado do Rio Grande do Sul. Assim o promotor Alcindo Luz Bastos da Silva Filho, coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado  (Gaeco) – Segurança Alimentar classificou a operação realizada nesta terça-feira, dia 18, em Bento Gonçalves, em conjunto com a Polícia Civil, Vigilância Sanitária e Secretaria da Agricultura do município em pelo menos seis estabelecimentos da cidade e que resultou na apreensão de mais de 10 toneladas de carne imprópria para o consumo.

 

Os números ainda não são oficiais, porque a operação ainda não terminou na cidade e o relatório da força tarefa só será apresentado nesta quarta-feira, dia 19, quando os resultados deverão ser apresentados em entrevista coletiva.

 

Entre as irregularidades encontradas pela fiscalização, estão carnes impróprias para o consumo, com validade vencida – em alguns casos desde 2015 –, e outros problemas, como a falta de procedência e a ausência de autorização para o fracionamento ou mesmo para a venda de carne temperada.

 

Pelo menos dois empresários envolvidos foram detidos na ação. Jorge Ferraz Goulart, proprietário do Mercado Boi na Brasa, interditado durante a operação, no bairro Fenavinho, onde foram encontrados cerca de 950kg de carne impróprias para o consumo, foi preso em flagrante por crime contra as relações de consumo.

 

A maior apreensão ocorreu no final da tarde, na Fruteira São Roque. Lá, a força-tarefa encontrou cerca de oito toneladas de produtos impróprios ou sem procedência. O proprietário do local, Ivalino Troian, também foi encaminhado à Delegacia de Polícia e detido para prestar esclarecimentos. Os outros locais onde a operação verificou irregularidades são os açougues Razzera, no bairro Cidade Alta, Silvério e Big Boi, no Juventude, e Santa Eulália , no bairro São Roque.

 

Há casos em que as irregularidades não estão nas condições sanitárias, mas nos processos. Isso aconteceu devido à falta de adequação de alguns estabelecimentos ao que determina uma portaria publicada pela Secretaria Estadual da Saúde no dia 31 de janeiro deste ano, Portaria número 66/2017, que estabelece uma série de adequações aos estabelecimentos que comercializam produtos no ramo de açougue e fiambreria, como a exigência de que a venda de produtos de origem animal, como carnes e fatiados, deve seguir uma série de procedimentos que vão desde a manipulação do produto até a embalagem e rotulação adequada para a venda.

 

Entre as novas regras, está a proibição de descongelar produtos para vender como resfriados e de fracionar carnes temperadas. A temperatura de certos procedimentos também passa a ser controlada, sendo obrigação de manter o ambiente em 12ºC para a manipulação de carne de aves e 10ºC para carne moída. Na prática, além das carnes, um dos exemplos é o fracionamento de queijos e presuntos que deverá ser feito em uma sala específica que tenha, entre outras exigências, a temperatura adequada.

 

Em alguns locais, o que os fiscais flagraram foi o descumprimento dessas normas, como na preparação de bifes à milanesa, na venda de carnes temperadas, como vitelo e coração de frango, e a venda de carnes beneficiadas fora de embalagem. Isso ocorre porque os açougues beneficiam alguns cortes depois da desossa, como uma forma de oferecer produtos diferenciados aos clientes.