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Sindicato mantém greve, mas adota cautela sobre a legalidade do movimento

Sindicato mantém greve, mas adota cautela sobre a legalidade do movimento

Em assembleia do Sindicato dos Médicos de Caxias do Sul na noite desta terça-feira, dia 18, os médicos decidiram dar continuidade à greve iniciada pela categoria na segunda-feira, dia 17. No encontro, estiveram presentes os profissionais da área da saúde que ontem representaram a categoria na reunião com o prefeito caxiense Daniel Guerra.

 

Conforme o presidente do sindicato, Marlonei dos Santos, não houve evolução em relação ao que foi dito no encontro de ontem, e a única novidade foi a assinatura do prefeito nas propostas apresentadas.

 

“Que decepção”, afirmou o presidente, para concluir: "O prefeito mandou a mesma proposta, mas desta vez ele mandou um documento bonitinho, assinado. Uma funcionária dele veio aqui e nos entregou a documentação. Não acrescentou nada. Então vamos continuar a greve”, explica.

 

Santos disse que vai manter a paralisação e só vai parar em caso de ordem judicial, mas, mesmo assim, vai recorrer. “Vamos continuar parados porque ele não respondeu a nossa proposta. Seguiremos de greve, a não ser que alguma justiça aí mandar a gente voltar a trabalhar”, reforça.

 

Para o presidente do sindicato, a greve é legal, uma vez que quem rege e legaliza o movimento é a justiça estadual, mas caso haja uma intervenção do Ministério Público, a pedido da Justiça do Trabalho,e for decretada a ilegalidade, a entidade respeita a decisão. “Sim, vamos respeitar, mas vamos recorrer para o tribunal em Porto Alegre e certamente vamos reverter essa situação. Hoje em dia é tudo rápido, tudo eletrônico”, acredita.

 

Quanto à chamada “delação premiada”, forma usada por ele para denominar o meio de intimidar os médicos que ousarem furar a greve, ele conta que está funcionando. “Somente agora na reunião foram 15 nomes entregues na minha mesa. Vão os 15 nomes para o Cremers, com nome, foto e endereço de quem está burlando a greve”, ameaça.

 

O Ministério Público do Trabalho (MPT) deve solicitar ao Poder Judiciário medidas para que a greve dos médicos seja declarada ilegal em Caxias do Sul. O pedido será feito nesta quarta-feira, dia 19, com o argumento de que o sindicato dos médicos não tem representatividade para conduzir uma greve da categoria.