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Após impasse, vice-prefeito de Caxias revela que vai pedir desfiliação do PRB

Após impasse, vice-prefeito de Caxias revela que vai pedir desfiliação do PRB

O vice-prefeito de Caxias do Sul, Ricardo Fabris de Abreu, voltou ao Centro Administrativo por volta das 15h desta quinta-feira, dia 6. Ele estava afastado do cargo desde segunda-feira, data em que a Procuradoria-Geral do Município e o Chefe de Gabinete do Executivo protocolaram um documento no qual não reconheciam mais Fabris como vice-prefeito da cidade. O argumento do executivo era de que o vice havia renunciado durante um pronunciamento na Câmara de Vereadores no dia 6 de março. A decisão foi revertida na justiça.

 

No retorno ao local de trabalho, o vice-prefeito revelou a interpretação jurídica na qual se baseou para realizar o pedido de liminar e afirmou que não esperava outro desfecho no caso. “Nós tivemos uma decisão da liminar satisfativa. Foi o óbvio, que um ofício assinado por um servidor público, um CC, não tem validade nenhuma quando dirigido ao vice-prefeito e então deve ser asseguradas, por óbvio, as instalações físicas que eu tenho aqui para o desempenho do meu trabalho. Não se esperava decisão diferente”, disse Fabris.

 

O vice-prefeito também foi objetivo ao falar sobre a relação com o prefeito Daniel Guerra. Segundo Fabris, a divergência entre os dois é puramente política. “A minha relação pessoal com o prefeito Daniel Guerra sempre foi boa, sempre foi uma relação educada, nunca tivemos qualquer tipo de desentendimento pessoal. A complicação reside na relação institucional. Ele já deixou claro que não pretende me delegar nenhuma atribuição além daquelas previstas na lei orgânica do município. Eu tenho que me sujeitar a isso e trabalharei da maneira que puder. Eu vou permanecer a disposição se ele entender que eu posso auxiliar a administração de qualquer outra forma”, explicou o vice-prefeito.

 

Ricardo Fabris de Abreu também falou sobre sua atuação como vice-prefeito e revelou que deve pedir nos próximos dias a desfiliação do PRB. 

 

Atuação como vice-prefeito a partir de agora:

 

“O vice-prefeito é um mandatário. Ele tem autoridade política. Ele tem poder de polícia administrativa. O vice-prefeito é a última instância administrativa do município, inclusive para revisão e modificação de decisões administrativas do prefeito ou de qualquer secretário. O vice-prefeito é obviamente um agente político, que tem poder de fiscalização. É nisso que vou me ater”

 

Vai fazer oposição ao prefeito Daniel Guerra?

 

“Eu não posso fazer oposição ao meu próprio governo. Nós temos a mesma chapa, somos do mesmo partido, temos um plano de governo comum, que é muito positivo em muitas áreas e que precisam ser mantidas. Eu não farei qualquer oposição simplesmente pelo mero prazer de fazer, o que não significa que eu não seja uma pessoa com independência política para criticar o prefeito”.

 

Vai pedir a desfiliação do PRB?

 

“Eu já havia encaminhado um ofício para o presidente do partido informando que eu me desfiliaria. Já tenho o recebimento disso e falta agora encaminhar ao cartório eleitoral a formalização da desfiliação que eu vejo como uma consequência natural devido a esses últimos acontecimentos. Eu não tomei nenhuma decisão e também não recebi nenhum pedido formal para ingressar em nenhum partido. Mais adiante, eu precisarei de um partido para me filiar, mas isso não é uma preocupação a curto prazo”.