Memória LEOUVE

Um ano para o presídio; 20 para as cabeceiras da ponte

Um ano para o presídio; 20 para as cabeceiras da ponte

Certas coisas na administração pública são muito difíceis de aceitar. Vejam só, não se consegue há mais de oito anos concluir as cabeceiras de uma ponte na RSC 431 na altura do município de Monte Belo do Sul. Mal e mal foram retomadas as obras este ano e novamente elas foram interrompidas. A empreiteira diz que não houve pagamento. O DAER desmente e os motoristas continuam precisando contornar o trecho pelo trajeto antigo.

 

 

Agora vem representantes do Governo Estadual, se reúnem com empresários e lideranças políticas e anunciam que o modelo de construção do novo presídio permite que ele seja entregue no prazo de um ano. Estou falando do mesmo presídio que já teve 11 milhões de reais depositados em conta na Caixa Federal, dinheiro este que não existe mais. Perdoem se uso um termo duro. Acho que é hipocrisia. Nem entrei nos detalhes do projeto, mas vou ser cético. Não acredito neste prazo e espero estar me retratando daqui a 12 meses.

 

 

A previsão otimista é porque quem terá que fazer a obra é a iniciativa provada. Mas isto só acontece depois da licitação, que ainda pode ser impugnada por empresas concorrentes. Depois é preciso fazer contratação de financiamento, etc. etc.

 

E por falar em hipocrisia, o termo foi utilizado na câmara de Bento na segunda-feira pelo vereador Rafael Pasqualotto. Disse que além de demagógica a proposta de redução de salário por conta da diminuição das sessões na Câmara era isto, hipócrita. Pois o vereador Idasir dos Santos acusou o golpe e desferiu resposta dura. O bate-boca promete ser retomado na segunda-feira, novamente em plenário.

 

 

Não sei quem está sendo mais pueril nesta relação, mas vereadores em primeiro mandato, Idasir, Pasqualotto, Zanella e até Viríssimo, estão indo com muita sede ao pote e poderão se arrepender logo ali na frente. Não custa lembrar que estamos no terceiro mês de um mandato que tem 48 meses de duração e que no legislativo não se constrói nada sozinho e que ofensas pessoais queimam pontes.

 

Minha sugestão é de que os vereadores esfriem a cabeça e reflitam sobre o que dirão na segunda-feira. Sei, é mais divertido assistir às sessões quando há um debate acirrado. Vale como espetáculo. Mas a função da Câmara não é divertir, é produzir um bom debate e fiscalizar e criar e aprovar leis. Vale como espetáculo, mas não constrói nada de melhor.