Memória LEOUVE

Temer está sendo fraco ou esperto?

Temer está sendo fraco ou esperto?

A notícia de ontem e que repercute com força hoje é, sem dúvida a da retirada de funcionários públicos de estados e prefeituras da reforma previdenciária. Comemoram uns, reclamam outros e fica a nítida impressão de que, de fato, a reforma sob a qual não caberia qualquer retoque, começou a fazer água. Temer cedeu.

 

Mas como interpretar este recuo? Fraqueza ou esperteza. Estaria o presidente usando a velha estratégia de dividir para enfraquecer os opositores? Mas e os governadores ficarão sozinhos com o pepino das aposentadorias em estados já suficientemente dilapidados?

 

Porque mais uma vez tratar iguais de formas diferentes? Ou os funcionários públicos são mais importantes que os da iniciativa privada e terão necessidades diferentes na velhice? Aliás, eles não tem uma preocupação presente na vida dos trabalhadores da iniciativa privada, são estáveis. A espada da demissão sem justa causa não lhes pesa sobre a cabeça.

 

 

Olha, nem mesmo a base aliada – aliás, possivelmente especialmente a base aliada, não gostou da notícia. O deputado do PP Jerônimo Goergen já disse que não há como sustentar a reforma deste jeito. Ou seja, os aliados começam a saltar do barco que faz água. E o ministro Meirelles? Vai pedir o boné depois de ser desautorizado pelo seu presidente?

 

 

 

A notícia é bombástica e vai repercutir nas próximas semanas, a não ser que a outra reforma, igualmente importante e polêmica, a trabalhista, assuma este espaço nas próximas semanas. São assuntos que disputam espaço com os escândalos da carne e da Lava Jato. Estes esmiúçam atos do passado recente. As reformas projetam um futuro de incertezas. É o Brasil que temos para hoje.