Após o anúncio de que não mais renunciaria ao cargo de vice-prefeito de Caxias do Sul, Ricardo Fabris fez diversas afirmações e explicou o motivo de rever a decisão tomada e protocolada no dia 06 de março.
Durante a manhã desta terça-feira, dia 21, na Câmara Municipal de Vereadores, Fabris disse ter “poder político” e, que isso, o motivou a seguir no cargo, mesmo se considerando isolado na administração pública.
O vice salienta que um episódio na cidade de São Francisco de Paula, após a recente tragédia, onde um Sargento da Brigada Militar teria dito que ele já estava ajudando as pessoas, também o sensibilizou a repensar a decisão.
“A partir daí, eu percebi que não estava isolado e sozinho como eu imaginava. Eu poderia estar isolado, como estou e continuarei isolado até o final do mandato, provavelmente, na administração municipal. Mas, não estou isolado politicamente. Eu tenho poder político inerente ao cargo de vice-prefeito. Eu sou um mandatário, tenho 148.501 votos, o mesmo número de votos do senhor prefeito e isso não pode me ser subtraído por qualquer pessoa. Neste período, recebi diversas manifestações de apoio que eu não esperava. Começou no dia seguinte ao anúncio da renúncia, de vários vereadores que se manifestaram na Câmara e, durante o transcorrer destas duas semanas, órgãos, entidades, policiais, magistrados, membros do Ministério Público, organizações como a UAB (União das Associações de Bairros) refleti bastante a respeito, perdi algumas noites de sono pensando nisso e cheguei a conclusão que, eleito como fui, não posso me permitir das as costas para estas pessoas. Mesmo que eu não consiga realizar aquilo que prometi na campanha, vou permanecer até o dia 31 de dezembro de 2020, tentando. Pelo menos, se eu não conseguir, vou poder encerrar meu mandato de vice-prefeito de cabeça erguida, dizendo: eu tentei. É isso que eu vou fazer.
O anúncio da desistência de renúncia de Fabris, pegou o prefeito Daniel Guerra (PRB) de surpresa. Em nota enviada à imprensa no início da tarde desta terça-feira, o gestor afirma que as manifestações de Fabris são um desrespeito à população.
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“Ter um mandato eletivo, outorgado pela população, é uma honra e uma grande responsabilidade. Quando decidi candidatar-me à prefeitura, tinha clareza do desejo de ajudar minha comunidade, das competências do cargo e dos desafios que poderia enfrentar. Uma pessoa comprometida com o povo e com sua cidade não fica mudando de ideia sem fundamentos. Por isso, estamos aqui, fortes e firmes, trabalhando pela comunidade, para garantir, com qualidade, saúde, educação, transporte coletivo e todos os demais serviços que competem ao município executar”, ressalta Guerra em comunicado oficial.
O chefe do Executivo garantiu que a comunidade poderá contar com seu trabalho, ininterruptamente, ao longo dos quatro anos de mandato. Conforme a Lei Orgânica do município, num dos parágrafos do artigo 89, o vice somente auxiliará o prefeito se for convocado, o que não ocorre em Caxias do Sul, para nenhuma atividade ou atribuição, é o que também diz a nota.
Guerra ainda salienta que o que vale é o comunicado de renúncia do cargo de vice-prefeito protocolado no Centro Administrativo e na Câmara de Vereadores.
O anúncio de Ricardo Fabris foi feito na bancada da casa, na abertura da 19ª sessão ordinária do legislativo.
Ele havia renunciado ao cargo na tarde de segunda-feira, dia 6, quando entregou uma carta oficial na recepção da Câmara. O vice permaneceria no cargo até o dia 31 de março, mas com a desistência da renúncia, ele segue normalmente as atividades. Apesar de todo o imbróglio, Fabris não deve pedir desfiliação do PRB nos próximos dias.
