Caxias do Sul

Moradores reivindicam melhorias em rua do bairro Canyon, em Caxias do Sul

Trecho da Rua da Felicidade não é pavimentado, e apresenta dificuldades aos moradores e ao acesso de serviços essenciais

Moradores reivindicam melhorias em rua do bairro Canyon, em Caxias do Sul
Fotos: Luca Roth/Grupo RSCOM

Terra, cascalho, poeira, buracos e via estreita. Composição precária que, quando somada à chuva, dobra os problemas. Essa é a realidade de cerca de 10 famílias que moram aos fundos da Rua da Felicidade, um dos caminhos principais do bairro Canyon, na Zona Norte de Caxias do Sul.

Apesar de ter grande parte da extensão asfaltada e sinalizada, da placa de “Rua Sem Saída” para lá, a pavimentação ainda não chegou. Por isso, junto a familiares e vizinhos, o vigilante John Alef, 27, reivindica melhorias ao trecho da rua onde ele mora desde que nasceu.

“Essa rua sempre foi arrumada por moradores. A gente se reunia e arrumava. Só que toda chuva que dá, estraga. Então, a gente acabou cansando. Temos idosos, crianças que precisam se locomover. Van escolar não consegue subir a rua”, desabafa.

O desafio não é restrito à locomoção ou trânsito de veículos dos moradores locais, segundo John. Em eventuais situações de emergência, o perímetro acidentado da rua não permite o acesso de viaturas de socorro. Para ilustrar isso, o vigilante relembra de um incêndio, que destruiu casas daquela região, em julho de 2021.

“Única vez que foi mandado arrumar [a rua] foi quando teve um incêndio. Fora isso, estamos largados. Praticamente abandonados aqui”, critica John.

Na ocasião, três caminhões do Corpo de Bombeiros, mais uma van do Samu, precisaram atender a ocorrência de longe, devido a dificuldade de acessar o ponto atingido pelo fogo. A reportagem do Portal Leouve cobriu o sinistro, e fez um registro fotográfico que revela a situação descrita pelo morador.

“Não sobe caminhão de bombeiro, não sobe ambulância”, aponta.

Foto: Acervo Portal Leouve/Grupo RSCOM

Morando na localidade com a esposa e a filha de seis anos, John suplica por um olhar mais atencioso do poder público. O terreno, onde a casa foi consumida pelas chamas há dois anos, agora é depósito irregular de lixo. Além disso, na localidade, um esgoto à céu aberto passa por baixo da via. No entanto, o morador alega que os serviços essenciais, como saúde, estão bem servidos, com exceção da rua.

“Estou pedido, por meio de todos os moradores, uma ajuda do governo, dos órgãos responsáveis, para melhorar a situação da nossa rua. Não estamos pedindo muita coisa”, finaliza.

Escadaria de cerca de 50 metros, que liga a Rua da Felicidade a Rua dos Torneadores, entregue pela prefeitura em 2020
Terreno, onde a casa foi consumida pelas chamas há dois anos, agora é depósito irregular de lixo

 

O que diz a prefeitura

Contatada pela reportagem, a prefeitura, por meio da assessoria da Secretaria de Obras e Serviços Públicos (SMOSP), afirma que “algumas irregularidades técnicas” impedem a atuação do poder público em uma revitalização do trecho da Rua da Felicidade. Conforme a pasta, “obstáculos” como “casas que avançadas para frente” estreitam a via e “tornam inviável o patrolamento e a manutenção adequada”.

A secretaria justifica, ainda, que problemas com “canalizações construídas sem as devidas adequações técnicas e redes de eletricidade residencial de baixa altura que não atendem aos padrões exigidos dificultam o acesso aos serviços públicos essenciais”.

Confira a nota, abaixo, na íntegra.

“A Secretaria de Obras e Serviços Públicos (SMOSP) reitera seu compromisso com a comunidade Cânion em prover o atendimento necessário às demandas apresentadas por nossos cidadãos. No entanto, é importante esclarecer que algumas irregularidades técnicas têm impedido a realização eficiente de certos serviços a localidade.

Em diversas situações, nos deparamos com obstáculos que dificultam nossa atuação. Casas que avançadas para frente estreitando as vias públicas tornam inviável o patrolamento e a manutenção adequada. Além disso, canalizações construídas sem as devidas adequações técnicas e redes de eletricidade residencial de baixa altura que não atendem aos padrões exigidos dificultam o acesso aos serviços públicos essenciais.

A SMOSP compreende plenamente a situação dessas comunidades e lamenta quando nos vemos impossibilitados de atender às demandas devido a razões alheias à nossa vontade. Estamos comprometidos em encontrar soluções e trabalhar em conjunto com a comunidade para superar esses desafios técnicos.

A Secretaria de Obras e Serviços Públicos permanece à disposição para receber demandas da comunidade, que podem ser encaminhadas através do Alô Caxias 156. Além disso, para garantir um atendimento mais próximo, nossa equipe do gabinete da SMOSP está disponível todas as terças-feiras, por ordem de chegada, para atender a todas as suas necessidades da sociedade que competem a secretaria”.