Marcada para o próximo mês de maio, a eleição para a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Bento Gonçalves promete ter duas chapas concorrendo, desde que a chapa de oposição, encabeçada pelo produtor rural Onécimo Pauletti, de Monte Belo do Sul, consiga seu registro. Segundo o potencial candidato, ele enfrenta obstáculos para garantir seu nome na disputa.
No sábado, dia 4, o edital de convocação para a eleição foi publicado em um jornal de Bento Gonçalves constando apenas o registro de uma única chapa, ligada à situação. Mas, ao final da tarde desta quarta-feira, dia 8, a juíza substituta na 2ª Vara do Trabalho de Bento Gonçalves, Kelen Patrícia Bagetti, deferiu uma medida liminar para que todos os documentos requeridos por Pauletti sejam entregues pelo sindicato no prazo de 24 horas, sob a pena de, no caso da decisão não ser cumprida, pagar multa diária de R$ 1 mil.
Segundo a advogada Francesca Luchese, que representa Onécimo Pauletti, o STR impõe dificuldades à inscrição da chapa ao negar acesso ao estatuto da entidade sindical e suas alterações. Nem mesmo o regimento eleitoral teria sido disponibilizado.
Pauletti protocolou o pedido estipulando a necessidade de ter acesso aos documentos em cinco dias, mas o sindicato respondeu que precisaria de 15 dias para disponibilizar os documentos, o que por si já inviabilizaria a inscrição da chapa, posto que o prazo era menor do que este.
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“Tentamos encontrar a documentação no cartório de títulos e documentos, mas não estava completo. Então, recorremos à Justiça do Trabalho”, explica a advogada, que alega existirem duas alterações estatutárias, uma de 2004 e outra de 2008, mas que o único documento disponível para a chapa de oposição é de 1992. “Não há como saber se estamos atendendo aos requisitos mínimos para a inscrição e para que nosso cliente possa concorrer”, afirma.
Segundo ela, enquanto aguardava a documentação completa, um membro da chapa de oposição teria feito a inscrição, mas a chapa acabaria sendo impugnada pela comissão eleitoral.
A atual presidente do STR, Inês Bianchetti, disse apenas que as informações não são verdadeiras, e que todos os documentos estão no Cartório de Títulos e Registro de Documentos, mas se negou a prestar mais esclarecimentos. Ela informou ainda que Pauletti havia se recusado a receber os documentos. O próprio candidato admitiu não ter levado a documentação por que ela estaria incompleta.
