Memória LEOUVE

Mea culpa

Mea culpa

Não conheço uma explicação lógica e plausível para que ainda hoje mulheres sejam tratadas como coisas, como propriedade, por tantos homens. Deve haver um milhão de estudos sobre isto e outro milhão de razões para que elas sejam tratadas com a igualdade que merecem.

 

 

É sempre bom ter presente que todos tivemos ao menos uma mulher na vida, nossa mãe. E, no mínimo, em homenagem a ela devemos proteger as demais. Depois vieram as irmãs, as tias que nos enchiam de beijos lambuzados e nos queriam no colo. Em seguida as colegas de aula e ainda algumas rusgas. Depois viriam a ser amigas que, eventualmente, viravam namoradas, esposas ou casos mais complicados do que isto. E então passamos a gostar e até a desejar os beijos lambuzados.

 

A mulher é e sabe ser amiga. Mulher é resistência e persistência. Nós, os homens, precisamos continuar aprendendo a admirá-las e a respeitá-las, dentro de casa, na escola, no trânsito ou no trabalho.

 

Perdoem mulheres quando olhamos para os seios antes dos olhos; perdoem se por vezes insistimos em avaliar as curvas e só depois o ser. Estamos nos domesticando e a admiração só cresce. Por favor, nunca desistam destes homens tão menos sensíveis do que vocês.

 

Elas sofrem cada vez menos em silêncio, mas ainda sofrem numa razão quantitativa e subjetiva que pouco podemos compreender. Elas nos concebem, amamentam, alimentam sonhos, dão carinho, filhos e o norte da vida, e ainda assim traímos a sua confiança, por gestos, atitudes, olhares impróprios ou palavras ríspidas. E não raro, nos perdemos apesar dos avisos.

 

Mas, em todo este contexto, é preciso destacar que elas não se conformaram nem conformarão. Uma das palavras que mais temos ouvido é que elas estão se empoderando. E cada vez menos se importarão com as pedras e obstáculos que homens ponham em seu caminho. É luta e aprendizado.

 

 

 

Resta o consolo de que embora continuem sendo agredidas como sempre foram, há um aparelhamento cada vez maior do estado em nome de sua proteção. No Brasil a Lei Maria da Penha, a criação de delegacias específicas e até de patrulhas da polícia militar estão aí para protegê-las. Bom mesmo será o dia em que não precisemos mais destes aparatos e nem de um dia como hoje, para professarmos nossa culpa e arrependimento.