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“Fui deixado totalmente de lado”, diz vice-prefeito sobre governo em Caxias

“Fui deixado totalmente de lado”, diz vice-prefeito sobre governo em Caxias

O anúncio do pedido de renúncia do vice-prefeito, Ricardo Fabris de Abreu, durante a tarde de segunda-feira, dia 6, surpreendeu a população caxiense. O principal motivo que fez com que Fabris renunciasse ao mandato foi a pequena, ou praticamente inexistente participação que ele teve na tomada de decisões importantes da nova administração municipal, nesses pouco mais de três meses de governo Guerra em Caxias do Sul.

 

De acordo com o vice-prefeito, que segue no cargo somente até o dia 31 de março, o fato do prefeito, após as eleições não ter dado prosseguimento ao seu projeto na área da segurança pública, foi o início do processo de afastamento entre ambos. Sem nenhuma atribuição no governo, Fabris sentiu-se desprestigiado e optou pela renúncia.

 

“Fui deixado totalmente de lado, eu não participava das decisões, a maioria dos secretários até ignorava a minha presença e sequer respondiam pedidos formais que eu fazia por meio de ofícios e memorandos.”, destaca. 

 

Dois posicionamentos que evidenciam a diferença na linha de pensamento com o prefeito são as posições de Fabris em relação a duas polêmicas que o município enfrenta. Na opinião do vice-prefeito, seria importante que Daniel Guerra recebesse a direção da Visate para dialogar sobre os problemas envolvendo o dissídio dos trabalhadores da concessionária.

 

“Com relação a Visate, eu recomendei ao prefeito que receba e escute a concessionária. Não me parece apropriado ao prefeito não receber oficialmente uma empresa que está instalada em Caxias do Sul há 30 anos, e que realiza o transporte público da nossa população. Essa questão de monopólio, e de quebra de monopólio, ou não serão tratadas oportunamente em 2019 e 2020”, explica.

 

Fabris também recomendou ao prefeito que solicitasse a Secretaria de Trânsito a revisão do processo administrativo que foi feito para a garantir a manutenção da tarifa das passagens de ônibus em R$ 3,40. Sobre a greve dos médicos, o vice-prefeito defendeu a postura do governo de negociar com o Sindiserv que aos olhos da lei é o sindicato que responde pelos servidores públicos municipais. Por outro lado, considerou excessivo o vídeo onde Guerra aparece telefonando para um médico pedindo explicações sobre o não comparecimento para trabalhar na UBS do bairro Esplanada. 

 

“Não me parece conveniente nesse momento expor a categoria a certos constrangimentos, como ocorreu no caso de telefonema para o médico, porque isso acaba estigmatizando toda uma categoria.  Com certeza esse ou aquele médico que não foram trabalhar não representam toda a categoria e isso acaba gerando uma animosidade entre a classe e a população”, salienta.

 

CAXIAS FICA SEM VICE

 

Com a renúncia do vice-prefeito, o primeiro na linha sucessória para substituir o prefeito Daniel Guerra, caso ele se ausente por viagem, licença, ou tenha o mandato cassado é Felipe Gremelmaier (PMDB), atual presidente da Câmara dos Vereadores. O próximo na linha sucessória é o Procurador-Geral do município, Leonardo da Rocha de Souza.