“O que existe por trás dessa proposta do governo é cada vez retirar um pouco mais do ganho dos trabalhadores”. Assim o deputado Federal Assis Melo (PCdoB) define a reforma da previdência proposta pelo governo de Michel Temer.
Em entrevista conduzida por Sinval Paim no programa Bom Dia Trabalhador, da Rádio Viva, Assis também defendeu que a população se levante contra a reforma trabalhista sinalizada pelo governo. Esta última, inclusive, é uma das principais preocupações do sindicalista na volta à câmara dos deputados. “Se passar a reforma trabalhista, não vai ser nem preciso fazer a reforma na previdência. Por que aí os trabalhadores vão contribuir menos e aí sim vai ter deficit na previdência”, argumenta.
O deputado, que sempre se posicionou contra Temer, inclusive dando ênfase ao assunto durante a campanha para prefeito em Caxias no ano passado, novamente não poupou críticas ao peemedebista. “Eu acho que o governo Temer é o governo de traidor da nação. Ele quer acabar com os direitos do povo e é isso que está tentando fazer. Eu espero que o intento dele não vá até o fim”, dispara Assis.
Para Assis Melo, a única forma de barrar as ações impostas pelo governo Temer é a mobilização popular e o diálogo com os deputados. “Hoje o governo tem 400 votos. De 513, tem 400 votos. Se depender da câmara, estamos ferrados. Ou as pessoas se mobilizam, conversam com os deputados, pedem a sensibilidade deles, ou estamos ferrados. Se nós temos deputados aqui que estão pensando em votar a favor disso, precisa conversar com esse deputado”, defende. “Com os trabalhadores se mobilizando, várias categorias se mobilizando, começa a fazer água na base do governo. Se deixar do jeito que tá, é claro que passa porque o governo tem ampla maioria no congresso. Agora com as mobilizações os deputados estão querendo fazer algumas emendas”, pontua Assis.
O deputado ainda diz que as centrais sindicais estão trabalhando na construção de uma greve geral. A ideia é construir o movimento para fazer pressão quando as votações das reformas trabalhista e da previdência forem ao plenário. Durante a semana, o Leouve também conversou com os deputados Pepe Vargas (PT) e Mauro Pereira (PMDB).