Memória LEOUVE

Prefeitos e medidas de impacto

Prefeitos e medidas de impacto

São diferentes as reações de políticos frente aos problemas. Não é para menos. Cada político, antes de sê-lo, é gente, tem personalidade própria e enfrenta as questões de maneira particular, embora exista uma espécie de manual – escrito ou não – que marqueteiros e assessores, consultores eleitorais criaram ao longo dos tempos. Também estratégias diferentes são empregados.

 

Este manual informal ensina que um chefe do executivo assim que chega ao poder deverá criar medidas de impacto. Estas medias em regra devem ser duras para agradar o gosto da população. Os alvos, via de regra, são a estrutura administrativa, que inicialmente deve ser enxugada e os serviços terceirizados, escolhidos como bodes expiatórios para o usual estado deprimente das finanças públicas que prefeitos ou governadores encontram ao assumir seus postos.

 

Vamos a dois exemplos atuais e visíveis: o prefeito de São Paulo, João Dória Júnior está disparando nas avaliações de desempenho. Tem jogado para a torcida. Acabou com pichações em muros (e com grafites também). Foi varrer as ruas e tem empregado pequenas ações populistas, seguindo regras do liberalismo econômico. Já doou seu primeiro contracheque a uma instituição de caridade. Ninguém sabe até onde vai. Torcemos todos para que ele efetivamente seja algo de novo e que não caia no liquidificador humano que é a política. Infelizmente ao vê-lo lembro muito de Collor de Mello. Era ótimo de mídia, mas todos sabem no que deu.

 

Em Caxias temos um prefeito que entrou acelerado. Trabalha 12 horas por dia e parece disposto a enfrentar os imbróglios da cidade. Alguns por ele criados como este impasse com a Visate. Precisa ser mais do que político, precisa ser matemático dos bons pra fazer encaixar cada cifra onde ela deve.  Que  tenha sorte o Daniel Guerra, para o bem dos caxienses.

 

Diferentemente destes dois já citados, o prefeito reeleito de BG – e grande diferença talvez esteja na palavra reeleito – não causou impacto. Não prometeu, não desmentiu, não cortou, cão completou secretariado e agora está em férias. Vai viajar o RS em busca de apoio de seus colegas de partido para ser presidente da Famurs. Deve ter sucesso na empreitada. Está pronto para o cargo. Mas os seus eleitores não estão certos de que este é o melhor caminho.

 

 

Quanto vai custar ao município a ausência cada vez maior do Prefeito num momento de economia fragilizada e de decisões postergadas? Guilherme Pasin parece que terá um segundo mandato tão difícil quanto o primeiro. Mas se sua reeleição foi um voo de cruzeiro em céu azul, daqui para a frente parece que nuvens e turbulências estarão no roteiro.