A Guarda Municipal e os integrantes do Movimento Nacional de Educação na Moradia (MNLM) entraram em conflito na manhã deste sábado no Centro Histórico de Porto Alegre. O movimento realiza uma ocupação para protestar contra a venda do antigo prédio da Cia da Arte, que fica na Rua dos Andradas, próximo à praça Dom Feliciano.
O local foi administrado por muitos anos pela Companhia de Arte e recentemente foi colocado pela Prefeitura em uma lista de imóveis que podem ir a leilão. De acordo com manifestações do movimento em redes sociais, o objetivo da ocupação é fazer com que a Administração Municipal ceda o espaço à cultura e também para moradia popular.
Durante a manhã, o secretário de Habitação e Regularização Fundiária, André Machado, esteve no local acompanhado de uma equipe da Secretaria Administração e Patrimônio e do Departamento Municipal de Habitação para negociar com os ocupantes do prédio. Ele reforçou que o prédio não está em leilão, mas sim autorizado à venda.
“Nunca houve, antes desse momento, um processo de negociação em torno desse prédio. Sempre, de minha parte, como Secretaria da Habitação, e também na Secretaria da Administração e Patrimônio, a gente sempre teve disponibilidade de agendas. Mas nunca houve uma procura para negociarmos algo em relação a esse prédio”, relatou o secretário.
Tumulto por marmita
No momento em que o secretário André Machado concedia entrevista ao Correio do Povo, um tumulto iniciou na esquina com a Praça Dom Feliciano. A Guarda Municipal tentou impedir o acesso de apoiadores do movimento que tentavam ingressar na Rua dos Andradas, que estava bloqueada, para entregar marmita aos ocupantes.
Spray de pimenta e bala de borracha foram disparados contra os manifestantes. A deputada estadual Laura Sito estava no local representando a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa no momento da manifestação e relata ter sido atingida de raspão por uma bala de borracha.
“Temos uma ocupação que pede para que esse prédio seja retirado da lista de venda de prédios do Município, para que ele possa ser utilizado para a moradia popular e para projetos culturais. O que ocorreu foi um abuso de autoridade profundo da Guarda Municipal. Eu não estava fazendo nada. Estava aqui apenas acompanhando a ocupação”, afirmou a deputada.
Fonte: Correio do Povo