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Sindicato dos Médicos admite possibilidade de paralisação em Caxias do Sul

Sindicato dos Médicos admite possibilidade de paralisação em Caxias do Sul

O presidente do Sindicato dos Médicos, Marlonei Silveira dos Santos, admitiu a possibilidade de greve caso a prefeitura de Caxias do Sul não aceite dialogar sobre a decisão tomada pelo prefeito Daniel Guerra (PRB), de que a partir do dia 1° de março os profissionais passem a cumprir o horário estipulado em concurso de forma integral.

 

Segundo Marlonei, o sindicato enviou um ofício à prefeitura, informando que a categoria busca o diálogo para uma negociação referente ao imbróglio. Caso não haja acerto entre ambas as partes, uma paralisação de três dias dos médicos afetados pela medida deverá acontecer no município.

 

“Mandamos um ofício para o secretário da saúde e para o prefeito dizendo que a gente quer conversar, dialogar e negociar. Se a negociação não ocorrer até o dia 1°de março, ai nós vamos fazer uma paralisação no atendimento por advertência três dias. Mas espero que isso não ocorra e  que haja negociação para um acordo”, destaca.

 

O presidente do sindicato explica que os médicos conhecem o edital do concurso que prevê uma jornada de quatro horas de trabalho, porém adverte que existe um acordo com a administração municipal vigente há mais de 19 anos. Ele possibilita que quando um médico é chamado pela prefeitura ele pode optar por realizar o atendimento por cotas. 

 

“Quando chegamos na secretaria para assinar o contrato de admissão, todos os médicos têm dito lá, essas quatro horas eu não posso cobrir com esse salário aí, eu vou optar pelo acordo que existe entre sindicato e prefeitura. Se vocês quiserem eu entro mas só vou atender conforme o acordo que prevê o atendimento por cotas, vocês aceitam? Ai a funcionária da prefeitura diz, sim aceitamos. Então se assina o contrato de admissão já prevendo isso”, explica.

 

O município possui aproximadamente 350 médicos contratados, deste total 180 já cumprem a carga horária. São os 100 profissionais que trabalham no Postão 24 horas e mais 80 que atuam no programa Estratégia de Saúde da Família. Os cerca de 170 restantes que estão nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e no Centro de Especialidades, trabalham utilizando o acordo, ou seja, são os que tem contrato de 20 horas semanais e atualmente atendem 18 pacientes por dia, e os de 33 horas, que realizam 26 atendimentos diários.  

 

O sindicato pede uma reposição salarial de R$ 4 mil para que os médicos cumpram o ponto de forma integral. Marlonei Silveira salientou que em virtude do momento econômico complicado pelo qual passa a região e o país, a classe médica está disposta a negociar, desde que a prefeitura apresente uma contraproposta para que o acordo existente seja enfim encerrado e os médicos compensados.