Memória LEOUVE

perspectiva de que o anúncio da taxa de inflação de janeiro fique em 0,4%

perspectiva de que o anúncio da taxa de inflação de janeiro fique em 0,4%

Existe uma boa perspectiva de que o anúncio da taxa de inflação de janeiro fique em 0,4%. Um valor histórico nunca registrado para o mês de janeiro desde que o Plano Real foi instituído lá no longínquo ano de 1994. Pra se ter uma ideia, nos últimos dois anos este índice foi três vezes maior, passando de 1,20%

 

Se há um aspecto a ser comemorado e este é o de que a queda da inflação beneficia mais quem ganha menos, é de se perguntar porque é que chegamos aqui. Mesmo os maiores experts da questão não conseguem entender ao certo, a não ser num aspecto: a recessão está tão grande, o aperto no cinto chegou a um limite de tal forma que, para continuar girando a máquina, precisou de uma folga, ou seja: só com preços menores é que as mercadorias saem da gôndola. E isto vai para a negociação no reajuste do aluguel e até dos salários –ôpa daí não, né. Vejam o impasse existente hoje na negociação dos motoristas de ônibus em Caxias. A prefeitura e o Conselho Municipal de Trânsito não querem conceder reajuste na passagem, então a empresa diz não haver espaço para renegociar salários e está posta a questão.

 

Voltando à inflação: a queda de juros básicos que o Banco Central vem anunciando desde outubro pode ter auxiliado na domesticação do índice inflacionário. Mas o que vem antes? A recessão e redução dos preços ou a queda dos juros e consequente recuo da inflação. Ora, já há uma corrente de economistas vendo que o remédio dos juros regulando a alta de preços tornou-se na verdade um veneno. Juros altos por longo prazo satisfariam, afinal, a expectativa de aplicadores e empresários isto sem falar que o governo se autofinancia emitindo títulos e pagando juros atrativos.

 

O que se deseja mesmo é uma economia saudável, em que o estado promova o bem estar social e onde a iniciativa privada consiga ser competitiva, gerando empregos e pagando salários ao menos razoáveis. Um arranjo deste porte não se faz por canetaço. Ou seja, se tivermos um governo mais enxuto, probo e competente, aí sim, ele de fato estará auxiliando a todos