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“Nossa economia está parada” revela prefeito de Nova Roma do Sul após queda da Ponte de Ferro

Município foi muito afetado pela cheia do Rio das Antas

NOVA ROMA DO SUL
Ponte de Ferro momentos antes de ser levada pelas águas (Foto: Prefeitura de Nova Roma do Sul)

Hoje completam-se oito dias que a Ponte de Ferro em Nova Roma do Sul acabou sendo levada pelo Rio das Antas após um volume recorde de água registrado na localidade. Outras diversas cidades foram atingidas pelas enchentes. De acordo com os números oficiais, 47 pessoas morreram e oito seguem desaparecidas.

A Ponte de Ferro é a principal ligação entre Nova Roma e Farroupilha pela ERS-448 e através da ponte passa mais de 90% da economia do município de pouco mais de 3.400 habitantes. O cenário de desilusão nos últimos dias foi evidente, e a busca por apoio para sua reconstrução foi quase imediata.

O prefeito de Nova Roma do Sul e presidente da Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (AMESNE), Douglas Pasuch falou com exclusividade ao Portal Leouve sobre a situação do município. Ele deu um panorama sobre a economia atual de Nova Roma:

“A nossa economia se desenvolveu, o município se desenvolveu em cima da ERS-448, que liga Nova Roma a Farroupilha. É nosso principal acesso, município asfaltado já tem mais de 20 anos, então toda economia se desenvolveu por ali, se construiu uma usina dessa rodovia. Temos duas indústrias aqui que são as maiores empregadoras da cidade que toda a logística de recebimento e distribuição de mercadorias passa por ali (ERS-448), então isso tem aumentado os custos”, ressaltou.

Isso ainda aliado a concorrência com outras empresas. Sobre a produção, mais de 1.150 hectares de uva estão em Nova Roma e 85% da produção passava pela Ponte de Ferro com direção a duas vinícolas:

“Nossa economia está parada, mas o que nos preocupa mais é a situação do hospital. Nosso hospital referência é o São Carlos. Nós demorávamos para fazer os 48 quilômetros que nos separam do hospital em torno de 45 minutos, agora temos demorado 1h50 e passou para 98 quilômetros já que temos que sair por outro caminho”, revelou Pasuch.

Sobre o apoio, ele diz que tem recebido suporte de prefeitos da região para o processo de recuperação da cidade:

“Tenho recebido um apoio muito bom dos prefeitos da região. O Governo do Estado, 2h30 após a ponte cair me ligou pessoalmente, se colocaram à disposição, nos pediram se tinham vítimas, não tivemos vítimas, ninguém machucado, ninguém desabrigado”.

O prefeito de Nova Roma ainda revelou que já existe um projeto de reconstrução da ponte, que pode levar um ano e três meses para ficar pronta, com um custo entre R$ 20 milhões e R$ 25 milhões. O exército já foi contatado para a construção de uma ponte temporária e nessa semana ainda os encaminhamentos devem ser feitos para a construção ou não dessa ponte provisória:

“Uma coisa é certa, se nós não tivermos uma ponte, um acesso temporário, provisório em curto espaço de tempo a nossa economia para”, finalizou Douglas Pasuch.

A estrutura da Ponte de Ferro tinha 120 metros de comprimento divididas em duas partes e, em condições normais, cerca de 22 metros de altura do nível da água, mas não resistiu a força do Rio das Antas. Ela havia sido construída em 1930 durante o governo de Getúlio Vargas.