Memória LEOUVE

431, eu sei que é pra acreditar, mas

431, eu sei que é pra acreditar, mas

Não sei se dá para acreditar. Mais uma vez está prometida a recuperação da RS 431 entre Bento e Santa Bárbara e São Valentim. Pouco uso esta estrada mas já estraguei uma roda de carro nela. Prejuízo restrito irritação enorme. Não quero pessoalizar a questão, mas é que já vi máquinas na pista para início de obras, que acabaram não acontecendo e as máquinas semanas após os repórteres fotográficos e de TV se retirarem foram discretamente retiradas. Não gastaram um litro de diesel.

 

Está bem, a assinatura do contrato deve valer algo e vamos acreditar que desta vez concluam a ponte sobre o arroio Santa Bárbara. Vamos crer que solucionem os afundamentos de pista e ir para Guaporé ou Vespasiano se torne uma experiência mais agradável.

 

Sei que existem dificuldades de engenharia envolvidas. Mas neste caso junte-se ainda à receita do insucesso três fatores primordiais: a falta crônica de recursos; a burocracia que envolve uma licitação na esfera pública e a descontinuidade de mandatários. Quando se pensava que a obra iria para a frente, mudava o chefe do Daer, trocava o Secretário ou se elegia um novo governador.um político renomado da região chega a ficar mal quando se cita o número 431. O ex-prefeito, ex-deputado e ex-secretário de Transportes Alexandre Postal não conseguiu dar fim à maldição da estrada.

 

Fico me perguntando se eliminado um dos fatores apenas (dificuldade geológica, falta de recursos ou continuidade do governante) já teríamos esta obra concluída? É possível até que sim. Mas não custa lembrar que o fator burocracia não deve cair por terra assim tão cedo. É uma questão de cultura.

 

O mundo tem novas tecnologias chegando todos os dias no nosso dia a dia e tem coisas que não mudam. A morosidade no serviço público é uma delas. São sistemas arcaicos que ainda usam volume generosos de papel; carimbos carcomidos e até funcionários que já deveriam estar aposentados – não porque se deva descartar os mais velhos como solução, mas não custa lembrar que tem funcionário púbico que, pela estabilidade, já se torna velho no primeiro mês após passar pelo estágio probatório.

 

Então, quem quiser fazer uma viagem ao passado, vá a certas repartições do Estado ou de alguns municípios. Certamente a Secretaria de Transportes do Estado e o DAER sejam algumas delas. E ao invés de modernizá-las, alguns políticos encontram a alternativa de criar uma nova estatal, como a EGR. Brincam conosco.