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Perícia identifica homem encontrado morto em Santa Tereza

As buscas pelos familiares da vítima continuam.

Morto Santa Tereza (Foto: Divulgação)

Na tarde desta sexta-feira (08), o Instituto Geral de Perícias identificou como Rogério Godofredo de Oliveira, de 37 anos, o homem encontrado morto em Santa Tereza, na Serra, após a enchente do Rio Taquari.

Natural de Porto Alegre, Rogério tinha como último endereço registrado a cidade de Guaporé.

O corpo estava junto de diversos destroços na Linha José Júlio e foi achado ainda na quarta-feira (06).

De acordo com a Defesa Civil do Rio Grande do Sul, 41 pessoas morreram devido a enxurrada até o momento.

O corpo do homem permanece no Posto Médico Legal de Caxias do Sul aguardando os familiares.


Veja mais sobre a Enxurrada

Entenda como se formaram as tempestades que castigaram o Rio Grande do Sul

Tempestades castigaram o Rio Grande do Sul nos últimos dias, provocando estragos e mortes em dezenas de municípios gaúchos. Na segunda-feira (4), o Estado foi atingido por um novo ciclone extratropical.

No entanto, segundo o coordenador-geral de Operações e Modelagem do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, meteorologista Marcelo Seluchi, o ciclone não foi a causa das fortes chuvas, mas, sim, sua consequência.

“A causa da chuva foi uma frente fria estacionária, por isso choveu no fim de semana inteiro. Na segunda-feira, coincidiu uma área de baixa pressão na alta atmosfera. Essa combinação derivou na formação de um ciclone extratropical, que rapidamente se encaminhou para o oceano. Ou seja, ele foi a consequência e não a causa da chuva”, explicou Seluchi.

Ciclones extratropicais como esse se formam praticamente todas as semanas no Oceano Atlântico, de acordo com meteorologistas. Eles são centros de baixa pressão atmosférica que se formam fora dos trópicos, em médias e altas latitudes, segundo explicou a meteorologista da MetSul Meteorologia Estael Sias.

“Ele [o ciclone extratropical] é formado pelo contraste de massas de ar quente e frio. Parte da sua ação é sugar toda a umidade para essa região do centro de baixa pressão e jogar para a atmosfera, resfriando e transformando a umidade em nuvens. É nesse processo que o fenômeno espalha chuva e vento”, disse Estael.

O problema é que, para alguns especialistas, as mudanças climáticas podem estar contribuindo para o surgimento de ciclones extratropicais atípicos, mais intensos, que podem se formar com mais rapidez e causar impacto maior.

“Pela minha experiência de 20 anos de previsão de tempo, acredito que esse cenário das mudanças climáticas de alguma forma tem ajudado ou tem auxiliado na formação desses ciclones com características especiais”, disse Estael.

Conforme Seluchi, embora haja elementos para afirmar que sim, não existem dados conclusivos para confirmar com 100% de certeza que as mudanças climáticas estão deixando os ciclones extratropicais mais intensos. “Para afirmar isso precisaria ter uma análise de dados de ciclones por décadas. E por que não temos esses dados? Porque os ciclones se formam no oceano e precisamos de dados de satélites, e esses dados nós só temos faz uns 20 ou 30 anos. Então, não dá para fazer essa análise. A resposta honesta é ‘não sei’”, declarou o meteorologista.

Tempestades - Créditos: INMET

Tempestades – Créditos: INMET

Santa Tereza