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Andarilha Keka morre cinco meses depois de ser atropelada na BR-470 em Bento

Andarilha Keka morre cinco meses depois de ser atropelada na BR-470 em Bento

Depois de cinco meses do atropelamento que a deixou em coma no dia 11 de agosto de 2016, na BR-470, a andarilha Marcelina Corrêa Pinto, a Keka, de 40 anos, faleceu na tarde desta segunda-feira, dia 16, no Hospital Beneficente São Roque, em Carlos Barbosa.

 

Segundo informações da assessoria do Hospital Tacchini, Keka faleceu por volta das 14h10min, vítima de sequelas neurológicas graves decorrentes do politraumatismo sofrido em decorrência do acidente.

 

Keka havia sido atropelada em Bento Gonçalves e estava internada em estado vegetativo e com traqueostomia, em Carlos Barbosa, desde o dia 1º de novembro, após passar quase três meses no Tacchini. Ela sofreu politraumatismo craniano e passou por intervenções cirúrgicas ao longo da internação.

 

O corpo da andarilha deverá ainda ser submetido a uma perícia do Instituto Médico legal (IML) porque ela foi vítima de morte violenta. A Funerária Cristo Rei deverá fazer os preparativos para o sepultamento depois da liberação do corpo, o que deverá ocorrer na madrugada da terça-feira, dia 17. O velório está marcado para a Capela Aparecida, no bairro Conceição, e o sepultamento está previsto para as 16h, no Cemitério Municipal de São Roque.

 

Segundo a delegada Maria Izabel Zermann, titular da 1ª Delegacia de Polícia (DP) de Bento Gonçalves, o inquérito que investiga o atropelamento ainda não foi concluído. Segundo ela, a polícia ainda tenta encontrar testemunhas e segue tentando identificar a autoria do crime, que agora passa a ser investigado como homicídio de trânsito. A delegada afirma que aguarda a confirmação de uma diligência realizada em outra cidade.

 

Keka era figura folclórica da cidade de Bento Gonçalves e era fácil encontrá-la perambulando pelas ruas da cidade pedindo as chamadas “rúpias”, bebidas os “tragos” de cigarro.

 

A andarilha teve o início da degradação de sua vida ainda na adolescência quando, segundo amigos e familiares, viu o sonho de seguir uma carreira de modelo ser frustrada, escolhendo viver nas ruas e entregue ao álcool e as drogas. 

 

Ainda segundo depoimento de pessoas próximas Keka era realmente muito bonita, o que fez com que ela recebesse convites para desfilar em eventos de grande porte inclusive fora do país. A única experiência na profissão teria acontecido em Porto Alegre no início da adolescência e, por uma possível frustração com a carreira, ela retornou para a cidade por volta de 20 anos, já com o comportamento alterado, quando inciou a mendicância..

 

Keka estudou somente até o 3º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Professor Félix Faccenda, segundo os registros da escola, quando teria abandonado os estudos depois de ser reprovada.