A situação crítica da Saúde na Serra Gaúcha não é muito diferente da realidade que vive o país inteiro. Faltam médicos, faltam leitos, faltam remédios. A verdade é que faltam vergonha na cara dos governantes, vontade política para resolver o problema e dinheiro pra contornar a situação e oferecer um serviço de qualidade à população, o que, ao fim e ao cabo, deveria ser a prioridade entre as prioridades de qualquer administração pública.
Mas, infelizmente, não é assim. E se normalmente não tem dinheiro suficiente pra oferecer esse serviço de forma digna, o povo sofre ainda mais porque, quando existe o dinheiro, ele é carcomido por dois tipos de pragas famintas e insaciáveis que costumam assolar a vida pública tupiniquim: a má gestão e a corrupção.
E assim os escândalos se sucedem, as carências se acumulam, as necessidades crescem e a população segue pagando cada vez mais caro por essa conta que teima em não fechar.
E não é preciso ir muito longe ou ser um expert no assunto para perceber que alguns exemplos básicos deixam bem clara essa situação.
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Em Caxias do Sul, por exemplo, a população paga a conta do desperdício do dinheiro público na construção de uma Unidade de Pronto Atendimento que está concluída há dois anos, mas que até agora não se sabe quando vai começar a atender a população.
Em Farroupilha, é a má gestão do hospital filantrópico atolado em dívidas que cobra da população o preço da paralisação dos atendimentos porque os médicos simplesmente não recebem o salário.
Em Bento Gonçalves, essa situação se repete nas dívidas da prefeitura com a terceirização dos serviços de saúde, que é uma caixa-preta que esconde interesses que nada tem a ver com a saúde da população.
A verdade é que aqui, aí do seu lado e em todo o lugar neste país de botocudos, o tal Sistema Único de Saúde promete na teoria a universalização do atendimento, mas na prática é igual à nossa Constituição Cidadã de 1988: no papel é perfeita, mas, na realidade, é apenas mais uma mentira deslavada.
