O preço do diesel vai aumentar novamente na próxima semana com a reoneração do PIS/Cofins, que hoje está zerado e passará a ser de R$ 0,11 por litro. As distribuidoras se reuniram com a Petrobras e Acelem na tarde de terça-feira (29), para decidir se o novo valor da alíquota entrará em vigor no dia 4 ou 5 de setembro.
A expectativa é que o novo valor do PIS/Cofins aumente o valor do diesel na bomba em 1,7%. O avanço vai ocorrer em um momento de alta nos preços. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o diesel registra aumento há quatro semanas seguidas nos postos. Na semana passada, por exemplo, o valor médio do litro subiu 10%, de R$ 5,38 para R$ 5,93.
A reunião de hoje entre as empresas do setor ocorre para definir o dia em que passará a valer o aumento da alíquota, já que a MP 1175, com a redução dos impostos sobre a compra de veículos, definiu a isenção por 91 dias posterior a publicação no Diário Oficial, que foi no dia seis de junho.
Porém, a Constituição prevê um prazo de 90 dias, lembra Dietmar Schupp, consultor de preços de combustiveis.
– Além da pressão em setembro, haverá ainda aumento do PS/Cofins em mais R$ 0,02 em outubro e em janeiro volta a ser integral, e R$ 0,35 por litro do diesel – disse Schupp. – A definição de quando a alíquota começará a valer é importante e precisa ser feito em conjunto com as refinarias, que emitem a nota fiscal do diesel às distribuidoras.
O aumento no imposto será seguido pela alta recente no preço feito pela Petrobras nas refinarias em meados de agosto, quando elevou o preço do litro de R$ 3,02 para R$ 3,80, na primeira alta da gestão atual de Jean Paul Prates, presidente da Petrobras.
Atualmente, o preço do petróleo no mercado internacional segue em alta. Nesta terça-feira, a commodity avança 0,52%, a US$ 84,86. Assim, mesmo com a alta feita pela Petrobras no mês passado, os preços praticados pela estatal seguem defasados.
Segundo a Abicom, que reúne as importadoras, a companhia vende o diesel com preço 12% abaixo da cotação internacional. No caso da gasolina, a defasagem é de 9%. Desde 16 de maio,a Petrobras adotou uma nova política de preços, com o fim da chamada política de paridade de importação (PPI), quando variações nas cotações do petróleo e do dólar serviam de parâmetro para reajustes para cima ou para baixo nos valores dos combustíveis vendidos pelas refinarias às distribuidoras.
Com isso, a estatal passou a levar em conta os custos internos de produção, os preços dos concorrentes em diferentes mercados dentro do país e ainda as parcelas de combustíveis produzidas no país ou compradas no exterior.