Memória LEOUVE

Insensíveis mandantes, governos distantes e o apagar das luzes de um ano difícil

Insensíveis mandantes, governos distantes e o apagar das luzes de um ano difícil

Definitivamente, o ano de 2016 não foi pros fracos, e estes dias finais estão confirmando isso e mostrando que 2017 deve ser ainda mais difícil.

 

Pois não bastassem as crises na política e na economia que se arrastam desde o ano passado e não têm data pra terminar, e as grandes tragédias dos ataques terroristas espalhados mundo afora, das famílias dizimadas em Aleppo, na Síria, e da queda do avião da Chapecoense, por aqui a coisa ainda ganha novos e indigestos ingredientes.

 

 

E a gente aqui fica torcendo pela virada do ano, temendo as contas que batem à porta logo depois do papai noel sair de cena e imaginando que vamos ter que contribuir 50 anos com a previdência pra poder quem sabe descansar depois dos 70, e lembrando das 1,2 mil famílias no estado que vão perder o emprego nas fundações mortas com um canetaço do senhor governador.

 

 

E enquanto os poderosos de plantão brindam com as taças e os bolsos cheios aqui, ali no Piratini e acolá no Planalto Central, nós, os botocudos, contamos trocados tentando engolir em seco a desculpa governamental de sempre, que a solução da crise passa pelos aumentos dos nossos impostos e pela sangria dos nossos empregos e outros pacotes de maldades que sempre cobram mais de quem tem menos pra dar.

 

 

Em Brasília, o presidente de ocasião anuncia no apagar das luzes sua fórmula milagrosa e infalível pra acabar com o déficit da previdência, cobrando do trabalhador uma conta que não é só dele.

 

 

Em Porto Alegre, o presente de fim de ano do governo Sartori é a demissão de servidores, o aumento da alíquota da previdência e a diminuição do estado enquanto nada é feito pra melhorar a educação deficitária, a segurança que não protege e a saúde que padece de inanição.

 

 

E o pior é que alguns prefeitos acham que é pouco e enfiam seus dedos nas feridas abertas da população cobrando um preço ainda mais alto do mesmo povo sofrido a que juraram servir.

 

 

Como em Caxias do Sul, quando o insensível mandante que sai julga mais importante deixar R$ 20 milhões em caixa que colocar em funcionamento uma nova Unidade de Pronto Atendimento que iria beneficiar milhares de moradores da Zona Norte.

 

 

 

Ou como em Bento Gonçalves, onde o cidadão vai ter que pagar o IPTU com um aumento escorchante e injustificável encaminhado no apagar das luzes por um governante distante das mazelas do povo e aprovado sem debate por uma maioria de vereadores covardes em fim de mandato e que sonham com qualquer migalha que lhes sobre como paga na partilha da reeleição.