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Clima esquenta na última semana de sessões legislativas

Clima esquenta na última semana de sessões legislativas

Os vereadores de Bento Gonçalves aprovaram, por unanimidade o Projeto de Lei Ordinária nº 150/2016 que permite a abertura de um crédito especial de R$ 400.158,95 para a Secretaria Municipal de Saúde. A verba será utilizada na folha de pagamento dos servidores vinculados à pasta e era tema pacífico para a sessão pós natalina.

A polêmica veio por conta ainda da sessão de quarta-feira,21 quando o vereador, Moisés Scussel fez contundente defesa do atual governo municipal – do qual é líder na Câmara-. Na ocasião ele apostou seu mandato na certeza de que não haverá extinção da Secretaria de Cultura. Garantiu que um mesmo secretário deverá acumular a titularidade de mais de uma secretaria.  Scussel foi além, ao afirmar que a vereadora Neilene Lunelli não teria compromisso com a verdade, por não ter sido reeleita e a desafiava a provar que a pasta de Cultura será extinta.

Mas o que suscitou uma resposta veemente na sessão desta segunda-feira foi outro trecho do discurso do vereador pedessista. A vereadora Neilene leu uma carta escrita pela ex procuradora do governo Roberto Lunelli, a advogada Simone Dias Jannke. Tudo porque Scussel na sessão a última quarta-feira lembrou manifestações de antigos auxiliares de Lunelli, lendo frases aleatórias pinçadas de reportagens de jornal feitas quaro anos atrás. Numa delas cita a ex procuradora geral, que teria admitido a possibilidade do desvio da então contadora da prefeitura Luana Marcon poderia ser superior aos até então apurados R$ 421 mil reais. Scussel citou ainda manifestações dos secretários de Educação, de Mobilidade e da Saúde, que se diziam envergonhados pelo final de mandato com as notícias de descalabro financeiro.

Na manifestação lida pela vereadora Neilene, Simone Dias Janke nega ter falado mal do Governo Lunelli e qualifica os termos usados por Scussel como sendo um “discurso de ódio”.

Noutro trecho ela é categórica: “Não tenho e jamais terei vergonha de referir que participei da gestão de Roberto Lunelli porque carrego comigo a certeza de que, com exceção das duas pessoas que acredito piamente terem sido implantadas na gestão com o propósito nítido de criar uma situação contábil que ensejasse a ideia de roubo, os demais agentes políticos integrantes da gestão 2009/2012 e principalmente o senhor Lunelli se preocuparam e se dedicaram de forma comprometida a fazer política social antes de tudo, na qual saúde, educação e projetos sociais foram priorizadas”.

Em outro ponto da carta, a advogada e ex-procuradora admite existirem fortes indícios de que Luana Marcon teria desviado dos cofres públicos o valor próximo de R$ 400 mil, porém, arremata:  “Apesar desta senhora ser o personagem principal da falácia da dívida de R$51 milhões como se fosse resultado de roubo por parte do senhor Lunelli, e eu lhe asseguro que foi uma falácia tal discurso da gestão a qual o senhor representa, no entanto o senhor Lunelli jamais roubou dinheiro do erário municipal”.

Durante toda a manifestação da vereadora Neilene, lendo a carta, o vereador Scussel se ausentou do plenário da Câmara.

 

Duas sessões e despedida

A próxima quarta-feira, 28, será de movimentação no Legislativo municipal. Estão marcadas duas sessões, uma extraordinária às 16 horas e outra ordinária às 18h para a aprovação do reajuste no valor dos carnês do IPTU que deve alcançar os 12,5%.

A segunda sessão deve ser marcada ainda por manifestações de despedida de vereadores que não se reelegeram e encerram seu mandato. Esta será a última sessão para os vereadores Márcio Pilotti (PSDB), Adelino Canellli, Vanderlei Santos e Carlos Pozza, todos do PP, Marlen Peliciolli e Adriano Nunes (PPS), Clemente Mieznikowski (PDT), além dos dois vereadores do PTB, Valdecir Rubbo e Leopoldo Benatti.