A foto de um caminhão abarrotado de carvão, carne e refrigerante sendo descarregado dentro do Presídio Industrial de Caxias do Sul (PICS), vem causando polêmica nas últimas horas nas redes sociais.
Os mantimentos chegaram nesta sexta-feira, dia 23, na instituição, para a tradicional festa de natal e final ano dos apenados. A confraternização acontece todos os anos e esse ano coincidiu com os dias de visitas dos presos.
No almoço na PICS neste sábado, dia 24, participaram os presos de uma das três galerias existentes na instituição. Amanhã a ala feminina e a outra galeria masculina realizam o almoço junto com os familiares. O Presídio do Apanhador também recebeu algumas doações para realização do almoço neste fim de semana.
Conforme o Delegado Regional da SUSEPE para Região Serra, que engloba 11 Casas Prisionais, Roniewerton Pacheco Fernandes, a alimentação toda que chegou no presídio é oriunda de doações de pessoas que são autorizadas a entrar na prisão em dia de visitas, e que tudo aconteceu na mais perfeita ordem.
Em relação a foto que foi divulgada, na opinião do Delegado Roniewerton quem tirou a foto e espalhou nas redes sociais, fez de forma irresponsável. “Realmente usou para gerar polêmica de forma maldosa e irresponsável. Lamentavelmente jogaram a foto nas redes sociais sem buscar informação nenhuma, gerando descontentamento e indignação da opinião, pois, dá a impressão da ilegalidade do ato e do descontrole o que não é fato. A Assessoria de imprensa da SUSEPE deve em breve se manifestar através de uma nota a imprensa sobre isso”, desabafa.
Leouve: O delegado explica como é possível realizar um evento dentro do presídio sem que haja prejuízos a segurança:
Delegado: “Todo este material é verificado e analisado as quantidades que foram liberadas para entrar e são submetidas a um equipamento de raio-x. Por isso o material vem com antecedência, justamente para ser inspecionado antes de ser liberado. Quanto a estrutura é preparada uma área segura e sob controle onde a alimentação sera elaborada. Não é feito no meio do patio nem nas celas mas sim em uma área separada”, conta.
Leouve: Em relação a objetos cortantes tipo faca e garfo, como é feito a separação e uso desse material pelos presos sem que haja risco?
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“Sim existem facas nas cozinhas gerais das casas prisionais e são estes elementos que trabalham nas cozinhas que irão confeccionar a alimentação, como já é feito diariamente. Repito todo o material é triado, inspecionado e escaneado via aparelho de Raio-X”, revela.
Leouve: Porque o senhor fez questão de explicar o que estava acontecendo após a divulgação desta foto nas redes sociais?
Para dar nitidez aos fatos para que não haja distorções. O assunto sistema Prisional é um assunto que poucos querem discutir mas sempre é utilizado para impactar sociedade muitas vezes de uma forma cruel e irresponsavelmente passando a ideia de um descontrole o que não é verdade. Temos problemas de superlotação deficiências estruturais é humanas sim temos como qualquer outro órgão publico.
Leouve: Há quem diga que esse tipo de regalia dada aos presos é uma maneira de o estado, no caso a administração do presídio, conseguir controlar um ambiente que é chamado tradicionalmente como um “barril de pólvora”, isso é verdade?
O convívio com a família é um dos principais fatores que faz com que o individuo privado de liberdade venha a se enquadrar em um processo de ressocialização. O Sistema prisional prima muito pela datas festivas familiares; Dia das mães, Pais, da Criança e as Festas de Finais de ano.
São datas onde existe um distensionamento do estress no ambiente carcerário. Nestes períodos existe um grande trabalho social realizado pelos técnicos penitenciários, Psicólogos, e assistentes sociais e agentes penitenciários em conjunto com instituições religiosas e Conselhos de Comunidade que fomentam o convívio com a família para estimular o processo de ressocialização e o retorno destes indivíduos a sociedade o que deverá ocorrer um dia, afinal não possuímos no pais Prisão Perpetua.
Além dos presos e dos familiares dos apenados, também participaram do almoço membros da Pastoral Carcerária e representantes de igrejas evangélicas ligadas aos presos.
