Memória LEOUVE

Indignação maquiada, revolução de feicibuque

Indignação maquiada, revolução de feicibuque

Quem me escuta todo dia na rádio ou lê o que escrevo no portal Leouvê sabe de cor e salteado que minha indignação com a corrupção no país não tem cor, partido ou o que seja, e sabe que defendo toda e qualquer manifestação e inciativa que combata esse que é o grande mal em toda a história dessa nação de botocudos.

 

Quem me escuta todo dia na rádio ou lê o que escrevo no portal Leouvê sabe, não é de hoje, que eu realmente torço pra que a Lava-jato limpe mesmo esse país tupiniquim, alcançando todos os partidos políticos e suas lideranças envolvidas até o pescoço no lamaçal das falcatruas e as grandes empresas corruptoras, mesmo que isso possa significar o fim do mundo.

 

Quem me escuta todo dia na rádio ou lê o que escrevo no portal Leouvê sabe também que considero como massa de manobra quem faz mobilização contra apenas um lado, quem sofre de indignação seletiva e quem arrota nas redes sociais um conhecimento rasteiro do que realmente acontece no planalto central desta renovada república de bananas.

 

E eu acho que é muito por conta disso que as manifestações de ontem Brasil afora não chegaram nem a contar o primeiro milhão de gente, mesmo que os jornalões queiram afirmar que a população brasileira foi às ruas pra apoiar Sérgio Moro e a Lava-jato.

 

Primeiro, porque antes o alvo das ruas era mais fácil de ser identificado, e banir a corja do PT foi um objetivo que colou direitinho nos novos manifestantes de verde-amarelo, carro importado na garagem e conta gorda no banco.

 

Agora, pra quem já deu poder a essa canalha que está aí, pedir fora Renan e não pedir fora Temer parece mesmo meio insano, já que os dois vestem a mesma camisa, servem ao mesmo senhor e rezam pela mesma cartilha.

 

Depois, porque depois do êxtase do impeachment que ia resolver todos os nossos problemas, só que não resolveu nada, a massa de manobra que nada na superfície da realidade está atônita e sem bote salva-vidas.

 

E enquanto isso, o verdadeiro povão segue pagando o pato das crises mas não se manifesta, nem contra ou a favor, e segue como sempre, trabalhando de sol a sol pra cumprir sua cota de sacrifício pros poderosos de sempre continuarem ganhando.

 

 

E enquanto o país segue dividindo os benefícios pro andar de cima e os prejuízos pro andar de baixo, o povão segue alheio à revolução de feicibuque. O povão não vai pra rua, e segue refestelado no sofá de domingo, com medo de perder o emprego e bestializado pela indignação maquiada de Faustão e companhia.